Uma das facções do crime organizado que atuam no país, provavelmente o Primeiro Comando da Capital (PPC), com base em São Paulo, e o Comando Vermelho, cujos tentáculos partem do Rio de Janeiro, estão por trás do espetacular assalto à agência do Banco do Brasil de Nova Mutum, município localizado a 260 km de Cuiabá, noa região do Médio Norte de Mato Grosso.

A avaliação foi feita por coronéis e ex-coronéis da Polícia Militar de Mato Grosso para o Olhar Direto, na noite desta sexta-feira. "Uma operação dessa amplitude, com absoluta certeza, foi muito bem planejado e só as facções criminosas do eiro Rio-São Paulo tem condições para realizar tal feito", observou um ex-comandante da PM de Sinop.

Um segundo oficial militar lembrou que um assalto como o praticado hoje em Nova Mutum requer "dias, semanas e atés meses de preparação". "É precisa fazer sondagens, levar armas etc. Enfim, é toda uma logística que só as grandes facções podem realizar", ponderou a mesma fonte, que prefere não se identificar em respeito "ao comando atual".

"E esse mesmo município já recebeu a visita do crime organizado no começo do ano passado e o modos operandi era o mesmo. Até o local da fuga teria sido o mesmo, pelo que li no site Olhar Direto e o You Tube", enfatizou uma quarta fonte.

Independente de quem organizou o assalto do BB de Mutum, a situação na região é de pânico completo, para não dizer caos. Os cidadãos estão literalmente apavorados porque os assaltos têm sido frequentes, segundo apurou a reportagem do Olhar. O medo pode ser observado na face dos desconfiados moradores das cidades onde o crime organizado resolveu pilhar com violência, impondo o terror pelas armas.

Um dos ex-coronéis fez questão de ressaltar que, apesar da organização, as quadrilhas cometem erros, sobretudo nas fugas e após os crimes. "No assalto de hoje, foi melhor não ter havido o conflito entre a polícia e os bandidos, pois a cidade poderia se transformar num palco de guerra e bastaria uma morte para que houvesse mais descontentamento e tristreza. O dinheiro a gente recupera, como já recuperamos outras vezes, mas uma vida não", acrescenta.


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