A Coreia do Norte realizou nesta terça-feira (23) uma série de disparos, a partir de costa ocidental, na região do Mar Amarelo, em direção ao território da Coreia do Sul.
O Exército sul-coreano teria revidado ao ataque e autorizado a decolagem de caças de combate F-15.
O ataque matou um militar sul-coreano e deixou 13 feridos - 3 em estado grave - ,e ainda teria provocado danos e incendiado imóveis na ilha de Yeongpyeong.
Não há informações sobre vítimas civis. Testemunhas disseram às agências que barcos de pesca lotados estão sendo utilizados para esvaziar a ilha atingida. Yeongpyeong teria 1.300 habitantes.
As Forças Armadas sul-coreanas estão em alerta máximo após os disparos, anunciou o ministério da Defesa.
Vários obuses norte-coreanos caíram sobre a ilha, onde estava mobilizado um destacamento do Exército sul-coreano, e outros no mar, segundo o comando militar de Seul.
O Exército respondeu aos tiros da artilharia norte-coreana e aviões de combate receberam a ordem de seguir em direção à ilha.
O presidente sul-coreano, Lee Myung-bak, afirmou que tenta frear o tiroteio e a escalada de um conflito maior, segundo a agência de notícias estatal Yonhap. Ele e seus assessores já estariam protegidos em um bunker. O ataque norte-coreano teria sido com 50 mísseis.
Segundo um morador da ilha de Yeonpyeong, quase 50 projéteis caíram na ilha e atingiram várias casas.
"Pelo menos 10 casas pegaram fogo. Recebemos a ordem de abandonar nossa casas", disse Lee Jong-Sik, outro habitante da ilha, que fica em uma área disputada pelas duas Coreias e já foi cenário de outros incidentes.
De acordo com testemunhas, ao menos oito casas continuavam em chamas.
O tiroteio coincide com a presença na região do enviado americano para a Coreia do Norte, Stephen Bosworth, que deve viajar a Pequim nesta terça-feira para debater com as autoridades chinesas a política nuclear norte-coreana.
A tensão entre os dois países aumentou nos últimos dias, depois que um cientista norte-americano afirmou que a Coreia do Norte contrói instalações para enriquecer urânio que poderiam ser utilizadas rapidamente para fins bélicos.
O conflito é o mais grave desde o incidente que envolveu o ataque ao barco “Cheonan”, em março, que matou 46 marinheiros sul-coreanos.