O promotor de Defesa do Patrimônio Público, Mauro Zaque, considera o desvio de verbas da Assembleia Legislativa para as factorings do ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro, envolvendo o deputado eleito José Riva (PP), maior que o escândalo do superfaturamento de R$ 44 milhões dos maquinários do programa MT 100% Equipado.

Ele relembrou, em entrevista à Rádio Cultura nesta terça-feira (14), que o caso foi descoberto na operação Arca de Noé, em 2002, quando em uma das factorings de propriedade de Arcanjo foram encontrados documentos que comprovaram transações financeiras com a Assembleia, configurando lavagem de dinheiro num esquema criminoso. Contudo, preferiu não mencionar valores.

Por causa disso, o Ministério Público Estadual (MPE) já propôs inúmeras ações civis públicas não só contra Riva, mas também contra o ex-deputado e hoje conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Humberto Bosaipo.

Porém, o promotor não desconsidera o sobrepreço dos maquinários e, pelo contrário, cobra a punição dos culpados. Ele chegou, inclusive, a sugerir a prisão dos ex-secretários de Infraestrutura e de Administração, Vilceu Marchetti e Geraldo De Vitto.

Perguntado se tem algum temor por atuar de forma rígida, Zaque diz só temer a Deus e que seguirá firme no compromisso que tem com a sociedade. “Não posso por eventual temor deixar de processar alguém. Essas pessoas que detêm poder político são as que causam maior dano à sociedade. Esse temor não me atinge não interfere na minha disposição”, pontuou.

Ele admite, no entanto, que há perigo, mas que faz parte da profissão e defende que é preciso coragem para fazer o enfrentamento.