As exonerações “a pedido” do diretor geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luis Antônio Pagot, e o diretor de Infraestrutura Rodoviária da autarquia, Hideraldo Caron, foram publicadas hoje, no Diário Oficial da União, pela presidente Dilma Rousseff e o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio de Oliveira Passos.

Pagot protocolou no departamento de Recursos Humanos do Dnit, na segunda-feira, uma carta pedindo o fim das férias – programadas até 4 de agosto – e a exoneração do cargo. O ex-diretor também enviou carta lacrada à presidente da República, cujo teor é um mistério.

Luis Pagot deixa o cargo quase um mês depois que a revista Veja publicou um suposto esquema de desvios de recursos do Ministério dos Transportes, cujo propinoduto passaria pelo Dnit. Segundo fontes da revista, sob a batuta do deputado federal Valdemar da Costa Neto (PR), empreiteiras que venciam licitações de obras teriam que pagar comissão de 4% para o Partido da República distribuir entre seus parlamentares.

Em dois depoimentos voluntários no Congresso Nacional, Pagot negou a existência de tal propina e disse que as obras de infraestrutura ficam mais caras por diversos motivos, como mudança de escopo, exigências ambientais, imprevistos, entre outros fatores.

Mas o Palácio do Planalto não ficou convencido e a comandante já havia determinado a exoneração dele assim que terminasse as férias. Pagot antecipou-se. Dilma já informou ao ministro Passos que o novo diretor do Dnit deverá ser um técnico de carreira e não indicação política.

O próprio ministro Paulo Sérgio é servidor de carreira dos Transportes. Desta forma, a presidente espera terminar com o poder que o PR exerce sob o Ministério há oito anos. Porém, o escolhido de Dilma deverá passar por sabatina no Senado Federal, o que deve acontecer após o fim do recesso parlamentar.