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Terça-feira, 30 de abril de 2024

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No 2º dia de julgamento, Fritzl ouve depoimento da filha que prendeu por 24 anos

O austríaco Josef Fritzl --que manteve em cativeiro por 24 anos a filha Elizabeth, com quem teve sete filhos-- ouvirá diante do júri o depoimento gravado de cerca de 11 horas dela, que será exibido a portas fechadas.


Fritzl, que já chegou a dizer que queria "possuir" uma pessoa, aprisionou a filha em 1984, quando ela tinha 18 anos. Desde então, ele a estuprava regularmente e teve com ela sete filhos, incluindo um bebê que morreu logo após o parto e que Fritzl, segundo a acusação, queimou em um incinerador.

Ele é acusado de homicídio por ter se negado a dar assistência médica ao bebê, que nasceu com problemas em 1996 e acabou morrendo. Além disso, responderá pelas acusações de escravidão, estupro, sequestro, ameaça com agravante e incesto, pelas quais se declarou parcialmente culpado.

Ele se declarou inocente, contudo, da acusação de assassinato --que poderia lhe render uma pena de prisão perpétua- e assumiu parcialmente sua culpa nos crimes de estupro e coação --de pena máxima de 15 anos. O código penal austríaco não contempla a acumulação de penas, prevalecendo a mais dura.

O julgamento, que acontece em Sankt Polten (60 km ao oeste de Viena), deve ter o veredicto anunciado já na quinta-feira (19) ou sexta-feira (20).

O júri assistiu nesta segunda-feira apenas parte das 11 horas do depoimento gravado previamente por Elisabeth, agora com 42 anos, no qual conta como foram os 8.642 dias que passou trancafiada no cativeiro de 60 metros quadrados, sem luz nem ventilação natural, e no qual criou três filhos até serem libertados, em abril do ano passado.

A exibição do vídeo, no qual a vítima fala do "martírio inimaginável" infligido pelo pai, que a usava como "um brinquedo", segundo os termos da procuradoria, deve ser concluída na quarta-feira (18) ou quinta-feira (19).

Imprensa

A imprensa austríaca destacou nesta terça-feira a "covardia" do acusado, que entrou na sala do julgamento com a cara tapada com uma pasta azul, onde guardava seus documentos.

Em entrevista à televisão pública austríaca ORF, o advogado de defesa Rudolf Mayer explicou que seu cliente "estava muito nervoso e muito envergonhado" com a presença da imprensa, e por isso decidiu esconder o rosto.

Mayer lembrou a dificuldade jurídica de provar que Fritzl foi responsável pela morte do bebê e lembrou que se trata de confrontar o depoimento da vítima com o do acusado.

Apesar de saber que "grande parte dos atos de Fritzl são disformes", o advogado insistiu que seu objetivo é conseguir um veredicto sem preconceitos.

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