Olhar Direto

Segunda-feira, 29 de abril de 2024

Notícias | Cidades

Conflito

Xavantes enviam emissários a Brasília para tentar dar fim a impasse (fotos)

Foto: Reprodução

Xavantes durante reunião que decidiu buscar fim de impasse junto a instituições federais

Xavantes durante reunião que decidiu buscar fim de impasse junto a instituições federais

Os índios xavantes contrários à demarcação de Maraiwatsede decidiram enviar emissários a Brasília para tentar diálogo com o Ministério da Justiça, com a presidência do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) e do Superior Tribunal de Justiça (STJ) a fim de superar o conflito agrário envolvendo a reserva indígena, demarcada sobre as áreas remanescentes da antiga fazenda Suiá Missú, a cerca de mil quilômetros de Cuiabá (região do Araguaia).


A medida foi decidida em reunião na tarde desta segunda-feira (25) entre posseiros da área, anciãos e caciques da etnia que não concordam com a última decisão judicial do TRF1 determinando a desintrusão – retirada de todos os não-brancos – do território indígena. O desembargador Souza Prudente havia suspendido efeito de liminar que, até outrora, favorecia a permanência dos não-índios em Maraiwatsede.

Agora, a determinação de caciques e anciãos é prosseguir com os protestos na região do Posto da Mata até que sejam ouvidos sobre o processo de Maraiwatsede, o qual classificam de “fraude”.

O envio de emissários indígenas a Brasília foi acordado por doze líderes indígenas, conforme informações fornecidas por representantes dos posseiros que participaram da reunião. Dentre os líderes, três seriam irmãos do cacique Damião Paridzané, figura emblemática da luta dos xavantes pelo retorno às terras de Maraiwatsede.

Cisão entre xavantes

O contexto é de um verdadeiro racha entre os próprios índios xavantes. Aqueles ligados à liderança do cacique Paridzané proclamam ocupação tradicional nas terras demarcadas pela Fundação Nacional do Índio (Funai). Do outro lado, parte dos xavantes nega reconhecimento de Damião como cacique e alega que a etnia nunca ocupou a área em questão.

Para estes “dissidentes”, a Funai impôs a área de Maraiwatsede como reserva indígena por meio de um processo fraudulento que levou o Ministério Público Federal (MPF) e a Justiça a ignorarem que a verdadeira terra original dos xavantes encontra-se a quilômetros de distância.

Os índios aliados aos posseiros se mostraram determinados a encerrar os “desmandos” da Funai e a acatar a proposta de permuta, feita pelo governo do Estado, com a área do Parque Estadual do Araguaia. Os dois grupos bloqueiam desde sábado trecho da rodovia BR-158 em ato de protesto contra a decisão judicial que determina a desintrusão de Maraiwatsede.

A opção pela permuta, no argumento dos índios, baseia-se tanto nos recursos naturais da área oferecida por meio da lei 9.564/2011 quanto pelo princípio do menor dano – pois a retirada da população de aproximadamente 7 mil pessoas da área de Maraiwatsede provocaria um verdadeiro caos social.



Atualizada
Entre no nosso canal do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
 

Comentários no Facebook

xLuck.bet - Emoção é o nosso jogo!
Sitevip Internet