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Segunda-feira, 29 de abril de 2024

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Justiça aceita denúncia contra mulher de Paulinho da Força por lavagem de dinheiro

A juíza Silvia Maria Rocha, da 2ª Vara Federal de São Paulo, abriu processo contra Elza Pereira por suposto crime de lavagem de dinheiro. Ela é mulher do deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força Sindical (PDT-SP). Ambos são investigados na Operação Santa Tereza, que apura supostos desvios nos empréstimos concedidos pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para prefeituras.


A juíza aceitou a denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal em aditamento (complemento) à acusação já feita contra outros 13 réus. Ela deu dez dias de prazo para Elza responder à acusação de lavagem de dinheiro por escrito.

De acordo com as investigações, Elza teria permitido a utilização da conta corrente da ONG Meu Guri, que ela preside, para ocultar R$ 37.500 --que seria parte do dinheiro desviado dos contratos firmados entre o BNDES com a Prefeitura de Praia Grande e o grupo Lojas Marisa.
O dinheiro foi depositado por João Pedro de Moura, assessor de Paulinho e um dos beneficiários dos recursos desviados. Moura foi denunciado por lavagem de dinheiro.

Segundo o Ministério Público, houve fraude em financiamentos do BNDES, um de R$ 130 milhões para obras da Prefeitura de Praia Grande e dois para a rede de lojas Marisa (R$ 220 milhões). Os desvios chegariam a R$ 3 milhões.

Outro lado

Por telefone, o advogado Antonio Rosella disse que desconhece que a Justiça tenha aceitado a denúncia contra Elza Pereira. "A juíza pode ter processado o aditamento, o que é normal. Desconheço que ela tenha aceito a denúncia."

Rosella disse que só poderá comentar a decisão da juíza quando tiver acesso ao despacho. "Não conheço o despacho, não posso falar. Tecnicamente, ela só processou o aditamento."

O esquema

A Operação Santa Tereza começou em 2007, com investigação sobre exploração de prostituição e tráfico de pessoas. Nas interceptações telefônicas autorizadas judicialmente, a PF se deparou com conversas sobre financiamentos públicos, reuniões com políticos e pagamentos de comissões.

A PF levantou indícios da participação de Paulinho, que chegou a enfrentar processo no Conselho de Ética na Câmara. Ele foi absolvido. Por conta do foro privilegiado do deputado, um inquérito foi aberto pelo Supremo Tribunal Federal.

Ação penal

A juíza também aceitou a denúncia da Procuradoria contra o ex-prefeito de Praia Grande o ex-prefeito de Praia Grande Alberto Mourão (PSDB) por corrupção passiva e peculato (subtração de verba pública em proveito próprio); e mais duas pessoas: Wilson Carvalho de Oliveira, presidente da ONG Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Pesquisa Política, Social e Cultural do Trabalhador, e Felício Makhoul, dono do prédio onde havia um prostíbulo onde a quadrilha se encontrava.

A juíza também aceitou novas acusações feitas pela Procuradoria contra quatro réus do processo que já tramita desde 2008 na 2ª Vara Federal Criminal. São os réus Jamil Issa Filho, João Pedro de Moura, Manuel Fernandes de Bastos Filho (Maneco) e Ricardo Tosto de Oliveira Carvalho.

No aditamento, Issa --ex-assessor de Mourão na Prefeitura de Praia Grande, foi denunciado por por corrupção ativa. Moura, ex-assessor de Paulinho, responderá pelo suposto crime de lavagem de dinheiro. Maneco é dono do prostíbulo onde a quadrilha se encontrava e seria o principal articulador do esquema de desvios dos contratos do BNDES. No aditamento, ele foi denunciado por corrupção ativa. Tosto, ex-conselheiro do BNDES, nomeado pela Força Sindical, foi denunciado por lavagem de dinheiro.

A reportagem entrou em contato com a assessoria de Tosto e aguarda um retorno. Não conseguiu, no entanto, contato com os demais denunciados.
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