Proprietário de uma das empresas que negocia empréstimos consignados para servidores do Senado, José Adriano Cordeiro Sarney divulgou nota nesta quinta-feira negando que tenha sido favorecido por seu avô, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), para conseguir fechar negócios com a instituição. Segundo José Adriano, as "insinuações são descabidas".
Assim como fez Sarney ao rebater as denúncias de irregularidades durante sua gestão no Senado, destacando sua história na política, José Adriano sustenta que tem qualificação profissional para atuar no setor de consignados.
"Condeno as insinuações descabidas. Nunca tive qualquer favorecimento, sou profissional qualificado, cuidando da minha vida", disse em nota.
O neto do peemedebista reconhece que é sócio da Sarcris, empresa que participa de operações de empréstimos consignados, mas afirma que só começou atuar na área em 2007 devido a uma parceria com uma instituição bancária. Segundo José Adriano, a empresa tem endereço em Brasília e chegou a ter 15 empregados agenciadores, com carteira assinada.
O empresário disse ainda que por causa da crise financeira internacional está rescindindo o contrato de aluguel deste mês. O neto do presidente do Senado, afirma que seus negócios são bem sucedidos por causa de sua formação.
"Sou economista e administrador formado na Universidade Americana de Paris, com especialização em Economia Internacional pela Universidade de Sorbonne, na França, e curso de Pós-graduação na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Nessa condição, fui gerente no departamento responsável por créditos e, posteriormente, pelos conhecimentos na área, decidi atuar nesse mercado", afirmou.
Acusação
A denúncia que envolve o neto de Sarney, publicada pelo jornal "O Estado de S. Paulo", afirma que o esquema de empréstimo consignado para servidores do Senado inclui entre seus operadores José Adriano Cordeiro Sarney, neto do peemedebista. Segundo o jornal, de 2007 até hoje a empresa de José Adriano teve autorização de seis bancos para intermediar a concessão de empréstimos com desconto na folha de pagamento.
Adriano Sarney é filho do deputado Zequinha Sarney (PV-MA). O neto do presidente do Senado disse, na reportagem, que sua empresa fatura por ano menos de R$ 5 milhões.
De acordo com o jornal, José Adriano abriu a empresa quatro meses depois que o então diretor de Recursos Humanos da Casa, João Carlos Zoghbi, inaugurou assessoria para intermediar os contratos no escândalo que o afastou do cargo.
Por meio de assessores, Sarney não quis comentar a denúncia.
