O Congresso do Peru rejeitou nesta terça-feira as moções de censura contra o primeiro-ministro, Yehude Simon, e a ministra do Interior, Mercedes Cabanillas.
Eles são considerados os responsáveis pelos enfrentamentos que provocaram a morte de 24 policiais e dez indígenas na cidade de Bagua, na região da Amazônia peruana.
No fim de semana, o primeiro-ministro reiterou que deixará o cargo nas próximas semanas.
Dos 101 congressistas presentes, 56 votaram a favor da moção de censura ao primeiro-ministro, 32 foram contra e 11 se abstiveram. Para a aprovação, eram necessários 61 votos.
Fora isso, 55 congressistas votaram a favor de outra moção de censura contra a ministra do Interior, 35 contra e nove se abstiveram.
A moção de censura teria prosperado com os votos de sete legisladores do Partido Nacionalista Peruano (PNP), do ex-comandante Ollanta Humala, que foram suspensos em 11 de junho passado por um período de 120 dias.
Eles haviam protestado no plenário em apoio à comunidade indígena, após incidentes violentos ocorridos de 5 de junho passado na Amazônia peruana, que deixaram 24 policiais e dez civis mortos.
As comunidades amazônicas iniciaram em 9 de abril um grande protesto contra vários decretos legislativos, que duraram dois meses e desencadearam nos violentos enfrentamentos que deixaram 34 mortos.
Após isso, o governo recuou na aplicação das leis e conseguiu que o Congresso anulasse duas delas.