O grupo islâmico libanês Hisbolá estabeleceu uma célula em La Guajira, departamento (estado) colombiano na fronteira com a Venezuela, assegurou um alto funcionário da Chancelaria israelense.
A diretora para a América Latina e o Caribe da Chancelaria de Israel, Dorit Shavit, advertiu em entrevista ao diário local "El Tiempo", publicada hoje, que a célula corresponde com a política de penetração na América Latina que o Irã iniciou a partir de uma conferência realizada em 2005.
A penetração "inclui a abertura de embaixadas com muitos diplomatas e o aumento do número de diplomatas nas embaixadas existentes, como em Uruguai e Chile", disse a diplomata.
A funcionária afirmou que "o Irã já abriu embaixadas na Bolívia e em Manágua, tem uma na Colômbia e faz esforços no Panamá e no Peru".
Segundo ela, "também foram assinados mais de 200 acordos de cooperação com a Venezuela e se utiliza essa relação para penetrar em mais países".
A diplomata afirmou que o Irã, que é "inimigo estratégico de Israel", tem "uma linha de voos diretos entre Teerã e Caracas" que parece que "não são comerciais, porque nenhum turista chega nele".
Como denuncia a israelense, a milícia Hisbolá tem uma seção na Venezuela, com células em uma ilha, que antes tinha estabelecido na fronteira entre Argentina e Paraguai.
"A célula colombiana está em uma região (La Guajira) em que há bastantes mesquitas, que não só servem para realizar cerimônias religiosas, mas também para recolher dinheiro e mandar para o Oriente Médio", explicou Shavit.
A diplomata disse que a penetração iraniana na América Latina será um dos assuntos centrais da viagem pela região que o chanceler israelense, Avigdor Lieberman, inicia amanhã.
O ministro visitará Argentina, Brasil, Colômbia e Peru.