O governador Pedro Taques (PSDB) voltou a disparar contra a gestão do ex-governador Silval Barbosa (PMDB). Segundo o gestor, 84 metros foram roubados do viaduto da UFMT (Jornalista Clóvis Roberto), localizado na avenida Fernando Corrêa da Costa, em Cuiabá. A crítica foi feita durante um encontro do DEM (Democratas), onde ele lembrou que economizou R$ 200 milhões em vários contratos. Erros de construção marcaram as obras no local.
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“Roubaram 84 metros do viaduto da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Roubaram”, disparou Pedro Taques. O elevado, que também servirá para a passagem do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), foi encurtado na sua construção. Durante o seu depoimento na CPI (Comissão Parlamentar Investigativa) da Copa, o ex-diretor de Infraestrutura da extinta Agecopa, Carlos Brito, comentou sobre a falha.
“Vocês viram que o viaduto da UFMT tranca o cruzamento da Avenida Brasília, em frente ao shopping Três Américas. Ele foi encurtado em 80 metros porque o governo queria reduzir custos. Quando descobriram aquele pilar um pouco acima do que os outros, não foi um erro do consórcio e sim porque diminuíram o tamanho, neste caso tiveram que mexer na estrutura”, disse ele.
Erros
Durante a construção e até mesmo depois dela, foram detectados diversos erros no viaduto da UFMT. Em época de fortes chuvas, o entorno do elevado fica completamente alagado. A cabeceira fica parecendo uma ‘lagoa’ e impossibilita que os condutores trafeguem pelo local. Em nota, enviada na época em que o problema foi detectado, a prefeitura de Cuiabá cogitou implodir o viaduto.
“Esta notificação será protocolada também junto aos setores administrativos e jurídicos para que venham acompanhar e auxiliar na adoção de medidas que poderão chegar ao clímax de implosão do viaduto”, dizia trecho da nota. Uma limpeza nas ‘bocas de lobo’ da região ajudaram a amenizar o problema.
Além disto, a construção sofreu impasse após a constatação de falha em um dos pilares que impediu o alinhamento das vigas sobre o elevado. Houve polêmica quando especialistas criticaram a construtora e qualificaram o erro como 'grotesco'. O problema foi corrigido, mas novamente falou-se em demolir o viaduto.
No começo do ano, Pedro Taques apresentou diversos erros encontrados em várias das chamadas ‘Obras da Copa’. O Consórcio Gerenciador Planservi/Sondotécnica, responsável por fiscalizar a implantação do VLT, detectou diversas fissuras na pista central do Viaduto da UFMT que poderiamm comprometer a estrutura do elevado.
De acordo com o documento da empresa, as falhas detectadas já deveriam ter sido corrigidas pelo Consórcio VLT. “Em alguns pontos as fissuras ocorrem em locais onde já houve correção por aplicação de groute, estendendo-se afora dos pontos corrigidos. As fissuras são observadas em toda extensão da pista central, em todo segmento de laje, sem exceção, variando entre fissuras capilares a fissuras com 1,5 mm”, diz trecho do relatório.
Segundo a NBR 6118/2003, da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), “a abertura máxima característica das fissuras não têm importância significativa desde que não exceda valores da ordem de 0,2 a 0,4 mm”. No caso do viaduto da UFMT, as fissuras chegam até a 1,5 mm.
Economia
Durante o mesmo encontro, Taques admite que houve erros em seu governo durante os dez primeiros meses de mandato. Por outro lado, ele destaca o propósito de acertar e os esforços feitos para economizar recursos nesse período. Foram R$ 250 milhões economizados nos dez primeiros meses, principalmente com revisão de contratos e detecção de fraudes, como os alunos fantasmas da rede estadual de ensino.
