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Segunda-feira, 29 de abril de 2024

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Autores e editores de Auto da Resistência esperam "grande repercussão" das narrativas

Coordenadora de Auto de Resistência, a socióloga Bárbara Soares, do Centro de Estudos de Violência e Cidadania da Universidade Cândido Mendes, diz que o livro “tenta contar de uma forma diferente uma parcela da história do Rio de Janeiro" que envolve chacinas, sequestros, omissão e impunidade.


"Para tanto, traz a fala de pessoas que perderam familiares em meio à violência armada e que, a despeito dos obstáculos que conheceram, buscam encontrar soluções para seus dramas”.

Tatiana Moura, que trabalhou com Carla Afonso na organização do livro e atua no projeto desde o começo, fala do que a publicação significa para ela. A pesquisadora do Observatório de Gênero e Violência Armada, do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, afirma que o livro marca "o final e o início de uma etapa de um projeto", que surgiu há quatro anos.

"O final, porque as pesquisas devem ser sempre um caminho de ida e volta. Se vamos perguntar às pessoas algo sobre as suas vidas, então é porque vamos fazer algo para mudar as coisas”.

A pesquisadora afirma que a publicação pode ser considerada "um desses retornos". “O início de um processo porque, com este livro, esperamos que se olhe realmente para este problema, que afeta grande parte da população do Rio de Janeiro”.

Márcia Jacintho, mãe de Hanry, 16 anos, morto com um tiro no coração na favela do Gambá, no subúrbio de Lins de Vasconcelos, num fim de tarde de novembro de 2002, se diz esperançosa com a repercussão do livro e emocionada com o carinho e o respeito da equipe da socióloga Bárbara Soares.

“A espera pela justiça vai trazendo doença, eu espero que o livro ajude a acelerar todo esse processo da nossa dor”, comenta.

Elizabeth Medina Paulino, que perdeu um filho de 18 anos, outro de 13 e um sobrinho de 20 na chacina da Via Show, casa de espetáculos à margem da Via Dutra, na altura de São João de Meriti, em dezembro de 2003, vê no Auto de Resistência uma oportunidade importante de “dar visibilidade às famílias da vítimas e à nossa luta”.

O editor Jorge Viveiros de Castro admite que a impressão do livro mexeu com os sentimentos dos menos de dez funcionários responsáveis pela produção editorial.


“Sem dúvida, foi um trabalho impactante, e para nós a oportunidade excelente de fazer parte de uma questão grave e complicada, que precisa de maior visibilidade”. A tiragem inicial é de mil exemplares, “padrão para o tipo de obra, mas todos esperamos que tenha muita repercussão e façamos novas impressões”.
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