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Sexta-feira, 03 de maio de 2024

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Campanha eleitoral termina no Afeganistão sob risco de boicote

Milhares de afegãos ocuparam nesta segunda-feira o estádio de Cabul para dar seu apoio ao principal candidato opositor nas eleições presidenciais afegãs, Abdullah Abdullah, no último dia da campanha para o pleito, no qual os talebans reiteraram a convocação ao boicote às urnas.


Com o presidente afegão, Hamid Karzai, como favorito à vitória, as eleições acontecem nesta quinta-feira (20) em um clima de completa incerteza devido às ameaças dos insurgentes, que consideraram o pleito como "propaganda" americana em um comunicado postado na internet.

Os talebans negaram que fizeram um acordo para permitir o processo eleitoral, como foi anunciado em julho pelas autoridades na cidade de Bagdhis, e asseguraram que "a maioria do Afeganistão" está sob seu controle, motivo pelo qual "não há possibilidade de realizar eleições, salvo em algumas poucas cidades e centros provinciais".

Mesmo com a ameaça fundamentalista, milhares de pessoas seguiram rumo ao estádio da capital do Afeganistão para receber Abdullah, dentista e ex-ministro de Assuntos Exteriores que aparece nas pesquisas de opinião como o principal adversário de Karzai. O candidato chegou ao palanque entre empurrões e arrastado por uma horda de seguidores que a sua segurança privada tadjiques armados com fuzis Kalashnikov  mal pôde conter, tanto que várias pessoas se machucaram.

No estádio, os partidários de Abdullah davam gritos de apoio a seu candidato, antigo braço direito de Ahmed Shah Massoud, líder da Aliança do Norte morto por fundamentalistas em 2001, cujas fotografias dominavam o estádio.

"Todo mundo no Afeganistão quer uma mudança e temos certeza de que ganharemos", disse à agência de notícias Efe um porta-voz da campanha, enquanto um helicóptero branco jogava panfletos sobre o estádio para o delírio dos presentes, com mensagem a favor da mudança.

Segundo última pesquisa divulgada, publicada pelo instituto americano IRI, Abdullah receberia 26% dos votos, bem atrás de Karzai, com 44%, resultado que levaria os dois candidatos a um segundo turno. "Ajudarei a juventude, todos devem me apoiar ao desenvolvimento nacional do Afeganistão. Me ajudem a ganhar e eu os ajudarei", gritava o candidato diante dos microfones enquanto a multidão cantava seu nome e chamava Karzai de "inútil".

De acordo com analistas os votos para Abdullah, que tem pai pashtun e mãe tadjique, virão principalmente desta última etnia, a segunda mais numerosa do país e cujos representantes foram em massa ao estádio de Cabul, local que já foi usado pelos talebans para matar réus.
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