O ditador do Egito, Hosni Mubarak, afirmou nesta terça-feira, durante reunião com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em Washington, que é hora de descartar as respostas temporárias e encontrar uma "solução definitiva" para o conflito no Oriente Médio.
Já o líder americano disse ver sinais encorajadores de um abrandamento na postura de Israel, que resistia em congelar o estabelecimento de assentamentos na Cisjordânia ocupada.
Nesta terça-feira, o ministro da Habitação de Israel, Ariel Atias, afirmou que nenhuma autorização foi concedida para novos projetos habitacionais desde que o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu tomou posse há cinco meses.
"Tem havido um movimento na direção certa", disse Obama.
Mubarak chegou a Washington afirmando energicamente que assuntos como os assentamentos israelenses e as concessões árabes a Israel estão distraindo a busca por uma solução mais ampla.
"Precisamos nos mover até uma solução definitiva", disse o presidente egípcio, sentado ao lado de Obama no Salão Oval da Casa Branca.
Israel tem resistido à ideia de avançar de imediato nos temas mais espinhosos com os palestinos, como o status de Jerusalém, as fronteiras de um Estado palestino definitivo e o direito de retorno aos refugiados.
O ministro de Relações Exteriores israelense, Avigdor Lieberman, havia dito na semana passada que era pouco provável um acordo de paz nos próximos anos e propôs, no lugar, se concentrar em melhorar a segurança e a situação econômica dos palestinos.
Elogio
Mubarak começou a coletiva de imprensa ao lado de Obama elogiando o presidente americano por seu histórico discurso ao mundo muçulmano feito em junho no Cairo.
"Foi um discurso muito forte e dissipou todas as dúvidas sobre os EUA e o mundo muçulmano. O mundo islâmico tinha a ideia que os EUA estavam contra o Islã, mas seu grande, fantástico discurso dissipou todas essas dúvidas", afirmou.
Esta foi a primeira reunião na Casa Branca em cinco anos com o Egito, que busca deixar para trás a tensão relação que os dois países mantiveram durante o governo de George W. Bush (2001-2009).
Em 2002, a Liga Árabe havia aprovado um plano pelo qual pedia aos Estados árabes a reconhecer Israel, em troca de uma retirada israelenses dos territórios ocupados em 1967, e uma solução justa para os refugiados palestinos.