A senadora e presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Kátia Abreu (DEM-TO) afirmou, durante a Bienal dos Negócios da Agricultura em Cuiabá, nessa sexta-feira (21), que “mudar o índice de produtividade neste momento é o mesmo que castigar o produtor”.

O governo federal anunciará em 15 dias a atualização dos índices de produtividade, fixados em 1980 com base no Censo Agropecuário de 1975. Firme em seu discurso, a senadora diz que a atitude do governo só serve para punir a eficiência da produção agrícola nacional.

Kátia explica que a mudança dos índices é um recado do governo aos produtores, dizendo que, com prejuízo ou não, produzam do mesmo jeito. “É dizer que o produtor não tem direito de estrategicamente, inteligentemente, diminuir sua produção, adequando-a ao mercado. Que tenha prejuízo, mas que produza!”, ironizou.

A senadora pediu para que os produtores de Mato Grosso mobilizem-se e manifestem-se contra os índices de produtividade, unindo-se e pedindo apoio dos parlamentares que representam o Estado.

De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Agrário, em diversas regiões permanecerão os índices vigentes. No caso da soja, por exemplo, 66% dos municípios mantêm os índices atuais, 27% terão índices menores ou iguais à média histórica e 7% terão índice superior à média histórica. No caso do cultivo de milho, a maior parte (57%) terá índice igual ou menor que a média histórica apenas 12% terão índice acima. Para o plantio de cana-de-açúcar, 88% manterão os índices vigentes e apenas 3% terão índice maior que a média histórica.

O ministério cita, por exemplo, o cultivo de soja no município de Sorriso, em Mato Grosso. O índice de produtividade passará de 1.200 quilos por hectare para 2.400 quilos.