A resposta do governo brasileiro em relação aos subsídios americanos à produção e exportação de algodão não será retaliar, mas pressionar para a retirada das subvenções, disse hoje o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Welber Barral.
"A questão não é punir nem compensar", afirmou. "Queremos o cumprimento da decisão" da Organização Mundial do Comércio (OMC), que autorizou o Brasil a aplicar cerca de US$ 800 milhões em sanções contra os Estados Unidos.
Barral foi cauteloso ao explicar que vai se procurar a melhor forma de negociação, para não prejudicar o comércio geral bilateral. Ele lembrou que a indústria brasileira depende muito de insumos americanos. Por isso, "o Brasil deve priorizar a negociação".
Segundo ele, a Câmara de Comércio Exterior (Camex) vai avaliar como será a negociação e quanto tempo vai durar.
Ele destacou que a OMC já permite a "retaliação cruzada", ou seja, o Brasil poderia aplicar as sanções na importação de outros setores, como serviços ou propriedade industrial americanos.
Mas o secretário destacou que o país carece de legislação apropriada para isso, portanto não há "segurança jurídica" para tais decisões. Mas ele aventou a hipótese de o governo baixar as normas necessárias por Medida Provisória, ou projeto de lei .