Todos os anos milhares de toneladas de grãos apodrecem em armazéns do Brasil. Mas essa realidade deve mudar com a instrução normativa que estabelece os requisitos para a certificação de armazéns em ambiente natural e que passa a vigorar a partir de 01/01/2010. A medida publicada no Diário Oficial da União no dia 16/07/07, traz impacto para os armazéns, que correspondem a 90% de toda a capacidade estática brasileira cadastrada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de 123 milhões de toneladas.
Além de reduzir as perdas no processo de armazenagem, o Sistema Nacional de Certificação de Unidades Armazenadoras, coordenado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, com a participação do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior, servirá para garantir a qualidade dos produtos no mercado interno, melhorar o relacionamento entre os produtores, armazenadores e a sociedade, e aumentar a competitividade internacional do agronegócio brasileiro.
Os requisitos técnicos para a certificação levam em conta três pontos: os aspectos técnicos, em que são exigidos os equipamentos indispensáveis para a guarda e conservação do produto; os aspectos relativos à documentação, nos quais é exigida documentação que comprova, entre outras operações, o manejo adotado pelo armazenador durante o armazenamento; e a capacitação da mão-de-obra em que o armazém comprova possuir programa de treinamento de todos os empregados.
O cadastramento na Conab é um dos requisitos obrigatórios da certificação. Para isso, todo armazém deve estar cadastrado na Companhia, ou seja, seus dados técnicos devem estar disponíveis no banco de dados. A certificação é obrigatória para todas as empresas armazenadoras jurídicas que prestam serviços remunerados para terceiros, independentemente da propriedade do produto. O credenciamento realizado pela Conab está relacionado exclusivamente com os estoques de propriedade do Governo Federal.
Algumas regras para a certificação de armazéns serão obrigatórios no momento da primeira vistoria da unidade armazenadora pela entidade certificadora, e outros terão prazos de três ou cinco anos para os armazenadores se adequarem. O Instituto Nacional de Metrologia, Nomatização e Qualidade Industrial (Inmetro) já iniciou o credenciamento dos Organismos de Certificação de Produto (OCP). Essa é a denominação dada às empresas e instituições que estão aptas a fazer a certificação.
Em Mato Grosso a OCP-Certifica, do Rio Grande do Sul, é representada pela empresa Plenum, em Cuiabá.
No estado são 2.156 armazéns. Segundo a Superintendência da Conab-MT 391 são credenciados e precisam se adequar as novas regras para continuar a receber e armazenar os estoques governamentais. A capacidade estática ( armazenagem) dos Armazéns credenciados pela Conab é de 6 milhões 671 mil toneladas A Conab também tem no estado cinco unidades armazenadoras em Sinop, Alta Floresta, Sorriso, Diamantino e Rondonópolis. Juntas elas tem capacidade para armazenar 200 mil toneladas. Essas unidades também vão precisar se adequar as normas do MAPA.
UFMT é uma das três Universidades credenciadas pelo MAPA
A UFMT e as Universidades Federais de Pelotas-RS e Viçosa- MG foram as únicas credenciadas pelo Ministério da Agricultura para formar Auditores Técnicos para certificação de Unidades Armazenadoras. Os profissionais formados aqui vão poder atuar em todo o país. A demanda é grande, só no estado são mais de 2 mil armazéns e a certificação vai ser feitas em etapas com auditorias nos cinco primeiros anos e posteriores também.
O curso tem 30 vagas para Engenheiros Agrônomos.
As inscrições podem ser feitas até 04/09, no Núcleo de Tecnologia em Armazenagem, na própria UFMT. O curso vai ser realizado de 14 a 19/09. A carga horária é de 48h/aula
Informações: 3615-8613 ou 3642-7142 ( Doutor UFMT- Coordenador Carlos Caneppele)