Seis soldados turcos morreram em choques contra rebeldes curdos na região predominantemente curda do sudeste da Turquia em dois confrontos separados, informaram os militares nesta terça-feira.
Em combates perto da cidade de Eruh, na Província de Siirt, cinco soldados morreram e três ficaram feridos, informou um comunicado militar, sem fornecer outros detalhes.
A agência de notícias privada Dogan disse que o conflito teve início nesta segunda-feira (7) e ainda estava em curso, com que helicópteros militares levando reforços para a região.
Separadamente, um soldado foi morto em um confronto durante uma patrulha de rotina nesta terça-feira na Província de Hakkari, na fronteira com o Iraque, disseram os militares.
Os ataques acontecem no momento em que o governo prepara uma série de reformas para atender antigas queixas curdas de discriminação, esperando com isso minar o apoio aos rebeldes separatistas e combater a violência e a pobreza no sudeste do país.
Partidos de oposição criticaram as medidas, particularmente devido à continuidade das mortes de soldados na região.
"As balas que ameaçam nossas forças de segurança e nossos soldados nunca atingirão a unidade de nosso país de 72 milhões (de habitantes) e não atrapalharão o processo de paz", disse o primeiro-ministro turco, Tayyip Erdogan, de acordo com a mídia local.
"O processo de paz e o processo de democratização continuarão com a mesma determinação", ele disse.
Quase 40 mil pessoas foram assassinadas durante o conflito de 25 anos entre o separatista Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) e o Exército turco.
Declarado terrorista pela Turquia, a União Europeia e os Estados Unidos, o PKK surgiu como um grupo marxista, mas parece ter se afastado da ideologia com o passar dos anos.
Desde 1984, quando o grupo deu início à luta armada contra o Estado turco, declaradamente em defesa dos 12 milhões de curdos do país, milhares de pessoas morreram em ataques a cidades turcas, a instalações militares e nas respostas do Exército.
O principal objetivo político do PKK era originalmente a criação de um Estado socialista independente no sudoeste da Turquia. Os curdos se consideram o maior grupo étnico sem Estado do mundo. As aspirações nacionalistas curdas emergiram no fim do século 19, mas não se concretizaram.
Eles têm lutado há décadas pelo direito à autodeterminação, mas a reivindicação causa a reação países que poderiam perder território para que fosse formado o seu país: Iraque, Turquia, Irã, Síria, Azerbaijão e Armênia.
A meta de um Estado independente tem sido aos poucos substituída em favor da defesa de reformas culturais e de demandas por autonomia para as regiões de maioria curda da Turquia.