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Sábado, 04 de maio de 2024

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Lula convida Funes a participar da "revolução energética" do etanol

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu nesta quarta-feira em Brasília seu colega salvadorenho, Mauricio Funes, a quem ofereceu cooperação para que El Salvador seja "um ator de peso na revolução energética" representada pela produção de etanol derivado da cana-de-açúcar.


Segundo Lula, como país produtor de cana-de-açúcar, El Salvador "tem todas as condições para se transformar em um relevante exportador de etanol para os Estados Unidos", e o Brasil pode colaborar ao dotar o país da tecnologia necessária.

Segundo o presidente brasileiro, El Salvador e o restante dos países da América Central têm "uma localização privilegiada", que dá a eles a condição de "ponte entre continentes" e também entre os EUA e a América do Sul.

Assim, Lula lembrou que o Brasil insiste em que é necessário um acordo de associação entre o Mercosul e o Sistema de Integração Centro-Americana (Sica), que tem tratados de livre-comércio com os EUA e seria "uma porta ideal" para o comércio sul-americano.

O Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) e o bloco centro-americano (Belize, Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Panamá, Honduras, Nicarágua, com a República Dominicana como país associado) negociam desde 2004 um acordo de associação que ainda não foi concretizado.

Lula e Funes se comprometeram a dar ao pacto o devido incentivo, com o objetivo de torná-lo realidade em breve, disse o presidente brasileiro.

Por sua vez, Funes disse que El Salvador está aberto a todo tipo de sociedade com o Brasil e disposto a exercer esse papel em relação ao mercado americano.

"Queremos construir uma sociedade que pode ser a porta de entrada para os EUA, assim como para os mercados menores da América Central e do Caribe, com os quais também temos acordos de livre-comércio", ressaltou o presidente salvadorenho.

"Não pedimos ajuda", afirmou Funes, ao lembrar que, embora El Salvador seja "o menor país da América Latina", quer construir uma "parceria real" com o Brasil.

Lula também defendeu o incentivo ao investimento de empresas brasileiras em El Salvador, assim como buscar alternativas para "tentar equilibrar" o comércio bilateral, que em 2008 somou US$ 252,8 milhões, dos quais US$ 249,3 milhões corresponderam a exportações brasileiras.

Ambos os presidentes voltaram a expressar sua condenação ao golpe de Estado em Honduras, que em 28 de junho tirou Manuel Zelaya do poder e o expulsou do país, e exigiram que o líder deposto seja "imediatamente" restituído no cargo.

"O golpe é um retrocesso inaceitável e os golpistas têm que entender que a vontade dos povos é soberana", declarou Lula, ao acrescentar que "Brasil, El Salvador, Mercosul, Unasul e OEA" não reconhecerão o resultado das eleições convocadas para 29 de novembro pelo Governo de fato hondurenho.

Lula e Funes também avaliaram as medidas anunciadas recentemente pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, contra o Governo hondurenho presidido por Roberto Micheletti, nomeado pelo Congresso em lugar de Zelaya.

Segundo o presidente brasileiro, essas medidas, que implicam desde a suspensão de acordos à supressão de vistos, "são bem-vindas e significam que os EUA se uniram à posição regional".

Durante o encontro, Lula e Funes trocaram demonstrações de afeto. Os dois lembraram que se conhecem "há anos" por meio da brasileira Vanda Pignato, esposa do presidente salvadorenho e antiga militante do Partido dos Trabalhadores (PT).

Funes concluirá sua visita ao Brasil amanhã na cidade de São Paulo, onde terá um encontro com diretores da Federação de Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
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