Os nova-iorquinos repetiram nesta sexta-feira a cerimônia de homenagem às vítimas dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001. Pelo oitavo ano consecutivo, dezenas de pessoas se reunirão no Marco Zero, ponto onde ficavam as torres gêmeas do World Trade Center, para fazer um minuto de silêncio em memória dos quase 3.000 mortos na tragédia. 

"Enquanto nossos corações se voltam para aqueles que perdemos, também lembramos todos que, espontaneamente, ajudaram no que puderam e do jeito que puderam", afirmou o prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, antes de dar início ao minuto de silêncio, às 8h46 (9h46 de Brasília). O horário coincide com o do momento no qual, há oito anos, o primeiro avião bateu contra o World Trade Center de Nova York.

Em Nova York, além deste primeiro minuto de silêncio, os presentes na cerimônia guardarão também os momentos em que o segundo avião bateu contra a outra torre e em que as duas edificações desabaram. Desta vez, os nomes das 2.752 vítimas serão lidos não somente por parentes mas também por pessoas que fazem trabalho voluntário em Nova York. À noite, serão acesos 88 sinalizadores, para lembrar as operações de resgate.

Mais importante que o ritual da cerimônia, que é basicamente o mesmo desde 2002, é o fato de que a reconstrução dos arranha-céus na capital mundial das finanças continua paralisada, e a crise de 2008 não ajudou a acelerar a obra.

"Os nova-iorquinos estão cada vez mais irritados com o fracasso do governo em reconstruir o Marco Zero", contou â agência France Presse o advogado Barry LePater, que é especializado na indústria da construção. Ano após ano, autoridades de Nova York prometem reconstruir o Marco Zero. Na sua forma mais ambiciosa, o projeto incluía cinco arranha-céus, um memorial e um terminal de transporte ferroviário.

Entretanto, as estruturas visíveis, atualmente, são mínimas. De acordo com uma pesquisa divulgada na semana passada pela Universidade Quinnipiac, em Nova York, dois em cada três nova-iorquinos acreditam que nem o memorial estará pronto para o décimo aniversário dos ataques, em 2011.

"Não esperem que nenhum elemento do Marco Zero esteja pronto para o décimo aniversário", disse Maurice Caroll, que dirige o instituto de pesquisas desta universidade. Pelo estudo, 25% das pessoas entrevistadas disseram que a lentidão dos trabalhos de reconstrução faz com que eles fiquem "envergonhados" de serem nova-iorquinos.

No mês passado, os meios de comunicação americanos revelaram que as obras iam demorar muito mais que o previsto e que o projeto inicial, de cinco torres, entre elas uma emblemática "Torre da Liberdade", somente estará finalizado em 2036.