O vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, chegou ao Iraque nesta terça-feira em uma visita-surpresa para manter a pressão americana sobre os líderes iraquianos para que se comprometam com solução política a assuntos como segurança e combate ao terrorismo a medida em que as tropas estrangeiras deixam o país.
Esta foi a segunda viagem de Biden ao Iraque em três meses e a terceira somente neste ano. A visita foi considerada um sinal da preocupação do governo de Barack Obama com as disputas étnicas entre curdos, árabes, xiitas e sunitas pelo controle da terra e do petróleo. Disputas que são alimentadas, segundo os EUa, pelos grupos radicais com atentados diários e que podem acabar com os esforços de implementação de uma democracia unitária no país.
Biden se reunirá com líderes locais e visitará as tropas americanas, informou a Casa Branca.
A viagem de Biden faz parte do pedido que o presidente americano fez para que forneça "informação constante e de alto nível" sobre a evolução da situação no Iraque. Serve ainda para mostrar aos iraquianos que o país continua no foco do governo Obama, apesar da retirada das tropas e do esforço renovado no Afeganistão --pela primeira vez, os gastos previstos em orçamento serão maiores para a guerra afegã do que para o Iraque.
Em Bagdá, Biden deve encontrar o presidente iraquiano, Jalal Talabani; o primeiro-ministro do país, Nouri al-Maliki; o presidente do Conselho de Representantes, Ayad al-Samarrai; além de outros membros do alto escalão da política local.
O governo do Iraque espera que os EUA tenham sugestões de como lidar com a tensão com a Síria, que o premiê iraquiano acusou de proteger apoiadores de Saddam Hussein procurados em recentes atentados.
Os líderes iraquianos querem ainda discutir os preparativos para as eleições nacionais de janeiro e a violência persistente no norte do país, afirmou um membro do governo iraquiano, em condição de anonimato.
O vice-presidente dos EUA também terá reuniões de trabalho com representantes das tropas americanas no Iraque e da missão das Nações Unidas.
Segundo a Casa Branca, em todos os seus compromissos, Biden expressará o forte compromisso dos EUA com o futuro e a união nacional do Iraque.
A última visita de Biden foi em 4 de julho, quando passou o Dia da Independência dos EUA ao lado das tropas americanas que servem no Iraque. Ele aproveitou ainda para visitar seu filho Beau, que serve no país.