Um porto-riquenho que passou 41 anos refugiado em Cuba depois de ter sequestrado um avião da Pan American, em 1968, deixou o exílio para ir atrás de sua mulher nos Estados Unidos, disse seu advogado.

Luis Armando Peña Soltren, de 66 anos, se entregou no domingo às autoridades americanas depois de passar os últimos anos tentando voltar aos EUA. O advogado dele, James Neuman, explicou nesta quarta-feira a decisão de Soltren de trocar sua liberdade em Cuba por um julgamento nos EUA.

Soltren, cidadão americano nascido em Porto Rico, havia contatado as autoridades dos EUA em Cuba para voltar a seu país, disse Neuman. A mulher de Soltren vivia com ele em Cuba até alguns anos atrás, mas hoje mora em Nova York. Eles estão casados desde a década de 1970 e têm quatro filhas. Neuman não disse onde elas viviam.

A Justiça americana alega que o fugitivo sequestrou um avião que saiu do aeroporto internacional John F. Kennedy, em Nova York, em 24 de novembro de 1968, rumo a Porto Rico. Um promotor norte-americano disse que precisaria de mais de um mês para reunir os documentos iniciais sobre o caso.

Soltren é acusado de aterrorizar os passageiros, ameaçando-os com pistolas e facas junto a dois cúmplices a bordo do avião. Um quarto cúmplice foi descrito nos documentos apresentados na audiência como o líder do Movimento pela Libertação de Porto Rico. Ele participou do plano, mas não estava a bordo.

Soltren se declarou inocente das acusações.

Dezenas de aviões norte-americanos foram sequestrados e desviados para Cuba no fim da década de 1960 e início da década de 1970, quando se intensificou tensão com o então presidente Fidel Castro. Alguns sequestradores eram motivados pela política, enquanto outros apenas queriam pedir asilo ou dinheiro do governo americano.