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Terça-feira, 14 de maio de 2024

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Prefeito de Caracas defende que Venezuela dê garantias de conduta democrática

O prefeito de Caracas (Venezuela), Antonio Ledezma, defendeu nesta terça-feira durante debate na Comissão de Relações Exteriores do Senado o ingresso da Venezuela no Mercosul desde que o presidente do país, Hugo Chávez, se comprometa a aderir aos protocolos de democracia previstos pelo bloco econômico.


Ledezma, que é um dos principais opositores de Chávez na Venezuela, disse que isolar o presidente venezuelano é mais perigoso do que integrá-lo à América do Sul.

"Precisamos de uma fórmula para reconhecer que o Estado venezuelano se integre ao Mercosul, mas com a condicional de que o governo dê garantias de respeito e acatamento aos protocolos. Quanto mais isolado [Chávez], mais será perigoso para o país", afirmou.

Com duras críticas a Chávez, Ledezma disse que o presidente da Venezuela estabeleceu uma espécie de ditadura no país ao controlar o Congresso, os meios de comunicação e a polícia. O prefeito disse, porém, que a conduta antidemocrática de Chávez no país não deve representar o veto à Venezuela no Mercosul.

"Uma coisa é o governo da Venezuela, outra coisa é o Estado da Venezuela. Somos integracionistas porque acreditamos num mundo cada dia mais inter-relacionado.Creio na necessidade da Venezuela retomar suas relações nas comunidades de nações", afirmou.

Segundo o prefeito, Chávez "fraudou" a Constituição ao promover mudanças na Carta Magna do país mesmo depois que a população vetou, por meio de referendo, a proposta de reforma constitucional. "A liberdade de expressão também está em risco na Venezuela. É uma forma de auto-censura que através de política de intimidação mostra aos eleitores lista negra de mais de cem emissoras de rádio que estão submetidas à guilhotina do governo", disse.

Ledezma afirmou que Chávez "criminaliza e encarcera oposição" sem permitir a atuação de partidos políticos, assim como controla o parlamento. "Democracia é sinônimo de separação de poderes, mas lá não há separação de poder. O governo controla o parlamento, o poder policial. Esses temas devem ser de conhecimento dos senadores do Brasil", disse o prefeito.

Apesar de reconhecer que Chávez foi eleito de forma democrática para governar a Venezuela, Ledezma disse que o presidente deve também ser legítimo "para os direitos humanos e valores democráticos". "Sinônimo de democracia deve ser o respeito aos direitos humanos."

A conduta antidemocrática de Chávez é o principal argumento de senadores da oposição contrários à adesão da Venezuela no Mercosul. O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), relator da proposta de ingresso do país no bloco econômico, afirma que a principal característica do bloco econômico é a defesa do regime democrático em todos os seus países-membros --o que vem sendo desrespeitado por Chávez.
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