Cinquenta opositores, entre eles o líder do Partido Nacional Bolchevique, Eduard Limonov, foram detidos neste sábado em Moscou, durante manifestação em defesa da liberdade de reunião, informou um porta-voz da polícia de Moscou, Viktor Biriukov, citado pela agência Interfax.
Limonov foi preso pela polícia de choque na praça Triumphalnaia, quando se dispunha a defender o artigo 31 da Constituição que autoriza as manifestações pacíficas. Também foi presa o líder da oposição Maria Litvinovich.
Horas antes, foi invadida a sede da Frente de Esquerda, cujos ativistas também previam participar do protesto. A polícia invadiu o local e, sem explicação, prendeu seis ativistas sob a acusação de resistir à aplicação da lei, e confiscou computadores, disse o líder da Frente Esquerda Sergey Udaltsov.
A presidente do grupo Helsinque de defesa dos direitos humanos, Liudmila Alexeeva, que recebeu este ano o prêmio Sakharov, não pôde chegar à praça, para participar do protesto. Ela foi escoltada por um soldado que a impediu de avançar.
Alexeeva, de 82 anos, levava um cartaz com os dizeres "Respeitem a Constituição". Ela foi uma das poucas pessoas que em 1968 se atreveu a protestar contra a invasão soviética da Tchecoslováquia
"Todo dia 31 do ano vamos à Praça do Triunfo para defender o artigo 31, que proclama a liberdade de manifestações", disse ela.
A oposição russa pede permissão à autoridades para se manifestar a cada dia 31, mas invariavelmente os seus pedidos são recusados sob o pretexto de que a Praça do Triunfo, precisamente naquelas datas, sedia eventos desportivos ou concentrações de movimentos jovens pró-governo. Durante as tentativas de manifestação no último dia 31 de agosto em Moscou também foram detidas dezenas de oposicionistas.