Resultados parciais divulgados neste domingo indicam que os eleitores da Suíça aprovaram, em um referendo, a proibição da construção de minaretes no país.
O resultado ainda não é oficial, mas segundo a correspondente da BBC em Berna, Imogen Foulkes, será uma surpresa se confirmado.
A proposta havia sido apresentada pelo direitista Partido do Povo (SVP), que tem maioria no Parlamento e argumenta que as torres das mesquitas são um sinal de "islamização" da Suíça.
Mas o governo suíço, do Partido Social-Democrático (SPS), fez um apelo para que a população votasse contra a proibição.
'Símbolo político'
Estima-se que cerca de 4,5% da população suíça - ou 400 mil pessoas - seja de muçulmanos, muitos deles vindos da antiga Iugoslávia.
A Suíça tem mais de cem mesquitas e salas de oração muçulmanas, mas apenas quatro minaretes.
Para se tornar lei, a proibição tem ainda que conseguir a maioria dos votos dos cantões suíços.
Em entrevista à BBC, o presidente da Associação das Organizações Muçulmanas de Zurique, Tamir Hadjipolu, disse que se a proibição for realmente implementada, a comunidade muçulmana da Suíça vai viver com medo.
"Isso vai provocar grandes problemas, porque já durante esta campanha, várias mesquitas foram atacadas - algo que nunca vivemos em 40 anos na Suíça", afirmou.
"Com este plebiscito, a islamofobia aumentou com muita intensidade", concluiu.
Mas Ulrich Schluer, parlamentar do SVP, rejeita as acusações de discriminação.
"Todo muçulmano é autorizado a se reunir com outros muçulmanos e ter uma religião juntos. Mas um minarete é um símbolo político. É um símbolo para introduzir, pouco a pouco, a lei Sharia na Suíça, paralelamente à legislação suíça, que é resultado da democracia suíça", disse ele à BBC.
Nos últimos anos, vários países europeus têm debatido seu relacionamento com o Islamismo e como integrar melhor as comunidades islâmicas.