A fabricante de chocolates britânica Cadbury fez sua última defesa nesta quinta-feira ao afirmar que a proposta de compra da norte-americana Kraft Foods é menos atraente que há um mês em meio ao aumento de suas ações e na esperança de uma oferta rival da Hershey.

Mas, enquanto o presidente do conselho da Cadbury, Roger Carr, criativa a oferta da Kraft e seu desempenho, analistas continuam duvidosos sobre como a Hershey, fabricante de chocolates norte-americana bem menor que sua rival, uma gigante de alimentos, poderia financiar uma contra-proposta pela Cadbury que supere os 10,5 bilhões de libras (17,1 bilhões de dólares) da oferta hostil da Kraft.

"A proposta da Kraft é ainda menos atraente hoje que quando a oferta foi formalizada pela Kraft em dezembro", disse Carr nesta sua última defesa, dando à Kraft cinco dias para fazer uma proposta melhor.

O fato de que metade da oferta foi feita em ações da Kraft expôs aos acionistas a história de erros da Kraft, que se compara aos bons resultados da Cadbury e seu excelente ritmo de crescimento entrando em 2010, ao passo que o acordo deprecia a Cadbury em relação a outros acordos, acrescentou Carr.

O assunto surge após a reunião do secretário de Negócios britânico, Peter Mandelson, com administradores de fundos para pressioná-los a partirem de perspectivas mais a longo prazo ao fazer propostas de compra. Além disso, a presidente-executiva da Kraft, Irene Rosenfeld, foi de porta em porta buscando convencer acionistas da Cadbury em Londres.

A Hershey ainda estuda fazer uma oferta pela Cadbury para superar a Kraft, segundo disse uma fonte com conhecimento do assunto, enquanto o jornal Financial Times informava que a Hershey teria autorizado a elaboração de uma proposta pela Cadbury e deve formalizar sua oferta daqui algumas semanas.