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Terça-feira, 30 de abril de 2024

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RELATÓRIO DA PF

Riva usou cozinheiro boliviano como empresário para lavar dinheiro de esquema na AL, afirma PF

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Riva, atualmente preso, no Fórum durante audiência

Riva, atualmente preso, no Fórum durante audiência

O cidadão boliviano David Senseve Rivero, 56 anos, cadastrado no Sistema Nacional de Registro de Estrangeiros (SINCRE) como cozinheiro, teria “lavado” cerca de R$ 125 mil reais para o ex-deputado estadual José Geraldo Riva. Atuando para o ex-parlamentar como sócio administrador da empresa David S. Rivero Comércio ME, Rivero seria, segundo a Polícia Federal, a personificação de um mecanismo para desvio de dinheiro público na Assembleia Legislativa.

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Conforme apurado pelo Olhar Jurídico, as informações constam no relatório de análise de material recolhido pela operação Ararath, quando do cumprimento do mandado de busca e apreensão na sala do ex-chefe de gabinete de José Riva. Os documentos foram compartilhados, gerando, em instância estadual, a operação “Metástase”, responsável por investigar desvios de verbas de suprimentos na “Casa de Leis”. Cerca de R$ 2,6 milhões, segundo o Ministério Público, sofreram transferências corruptas.

O conchavo teria o objetivo de saquear os cofres públicos, sob determinações para que servidores atestassem falsamente o recebimento de mercadorias, bem como assinassem prestações de contas fictícias. Para dar musculatura ao combinado, empresas de fachada atuariam lavando o dinheiro. Assim, Rivero, o cidadão boliviano que atua como cozinheiro terceirizado na Universidade Federal de Mato Grosso, teria sido mais um dos escolhidos: a empresa David S. Rivero Comércio ME, com um modesto capital social declarado em R$ 50 mil, recebeu, de acordo com o relatório, R$ 125 mil em um espaço temporal de um ano.

Em consulta ao endereço indicado como sede da empresa – Rua Doutor Estevão Alves Correa, 3001, Sala 04, Quilombo, Cuiabá MT- é possível constatar a inexistência de qualquer profissional do ramo de papelarias e informática (área de suposta atuação da David S. Rivero Comércio).

Ainda segundo o relatório da PF, os valores desviados se destinavam a fins diversos. “Ademais, o esquema organizado por ele [Riva] para desviar verba pública de seu Gabinete – modalidade Suprimento de Fundos (dentre outras) foi aqui totalmente desmantelado, uma vez que quase todas a sociedade empresariais indicadas por ele para comprovar gastos exacerbado de dinheiro público, jamais existiram, todas devidamente descritas e qualificas, e exaustivamente ‘comprovadas’ como inexistentes[...]”, esclarece o documento.

Atualmente o ex-deputado está preso no Centro de Custódia de Cuiabá, por força da operação Metástase, embasada justamente nos relatórios formulados pela Polícia Federal em apreensões na Operação Ararath. A defesa do político chegou a tentar comprovar a incompetência da Justiça Estadual em julgar fatos supostamente de alçada da Justiça Federal. Porém, o recurso foi negado e o processo mantido.

Nos autos, são réus, além de Riva, os servidores Maria Helena Ribeiro Ayres Caramelo, Geraldo Lauro, Hilton Carlos da Costa Campos e Marisol Castro Sodré.
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