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Segunda-feira, 29 de abril de 2024

Notícias | Criminal

Caso Maria Ângela

Treze anos depois, ex-soldado da PM aguarda em liberdade júri por morte de adolescente grávida

Treze anos depois, ex-soldado da PM aguarda em liberdade júri por morte de adolescente grávida
Treze anos após a morte da adolescente grávida Maria Ângela da Silva, de apenas 13 anos, o processo contra os ex-soldados José de Barros Costa, Célio Alves Pereira e do ex-cabo Hércules Araújo de Agostinho, ainda aguarda julgamento. Dos três homens acusados formalmente apenas o ex-soldado Costa permanece em liberdade, apesar de acumular condenações que somam quase 30 anos. Hércules e Célio Alves estão presos em unidades federais de segurança máxima condenados por uma série de assassinatos registrados há mais de uma década.

MPE denuncia ex-PMs Célio, Hércules e Costa por assassinato de adolescente de 13 anos

A demora para o julgamento motivou o encaminhamento de uma carta anônima solicitando providências ao Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPE), que fez a denúncia contra os três ex-militares em novembro de 2013.

Trecho do documento aponta o receio de uma possível fuga do ex-soldado Costa que possui uma extensa ficha criminal. “Como uma pessoa com esta, que praticou diversos crimes confessados por ela mesma e por seu comparsas continua solta? Sinceramente, não sei a quem recorrer e nem posso me expor porque sei das ameaças e das represálias virão com certeza”, diz trecho do documento. A carta evidencia o descontentamento com a morosidade nos trâmites “estamos descrentes com a Justiça, a quem recorrer?”.

Costa foi expulso da Polícia Militar em fevereiro de 2011 e acumula mais de 28 anos de prisão. O ex-soldado Costa chegou a ficar preso entre 24 de fevereiro de 2004 e março do ano seguinte. Depois de solto, foi detido novamente em agosto daquele ano, mas obteve liberdade.

Conforme publicação em Diário Oficial do Estado (DOE), Costa foi condenado em 2008, a 13 anos de prisão pelo assassinato encomendado de Márcio Antônio Costa Santos, em decorrência da cobrança de dívidas no ano de 2002. Já em 2007, Costa foi condenado a 15 anos por matar o pecuarista José Valdênio Lopes Viriatto em plena avenida Historiador Rubens de Mendonça (do CPA). O crime teria sido encomendado pela quantia de R$ 40 mil.

Apontado como ex-parceiro de Costa em alguns crimes, o pistoleiro Hércules Araújo imputou ao ex-policial a autoria da morte também do tenente PM Ciney Taques, ocorrido no dia 11 de outubro de 2000, em Cuiabá. O tenente foi atacado quando estava em uma lanchonete às margens da avenida Beira-Rio, quando o policial fazia uma lanche. Universitário, ele estava sem coletes e desarmando no momento da abordagem.

Para o secretário adjunto de Segurança Pública de Mato Grosso, coronel Osmar Lino Farias, a prisão de figuras envolvidas em crimes ligados a organizações criminosas é emblemática. ‘Houve um período em que as organizações criminosas atuavam nas vias mais movimentadas da cidade, sempre com emprego de motos e agindo em duplas. Muitos desses crimes eram cometidos por pessoas treinadas, como o caso desses policiais, que já foram expulsos da Polícia Miitar”.

Para ele, a demora no julgamento de criminoso é fator que aumenta a sensação de impunidade. “A expectativa é quanto a punição, claro”.

A expectativa é de que  o julgamento pela morte da jovem entre na pauta do Tribunal de Júri, possivelmente, ainda em 2015, já que houve determinação para agendamento da primeira audiência de instrução e julgamento tendo em vista pauta preferencial de acordo com metas acordo com as metas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Gestação indesejada

De acordo com a denúncia do MPE, a morte da menina Maria Ângela aconteceu em 8 de julho de 2001, por volta das 22h45, em frente  à residência da vítima, no bairro Vila Vitória, em Várzea Grande. O MPE aponta que no dia do crime, Hércules ligou para o telefone público que fica próximo da residência de Maria Ângela e pediu que a chamassem, como já era de costume. No momento em que conversavam ao telefone, Célio Alves e José de Barros se aproximaram do local em um automóvel Gol e perguntaram à vítima se ela era “Lorrayne”, ao responder, Costa desferiu diversos tiros na cabeça, com uma pistola calibre 380. Perícia criminal aponta que a arma empregada na ação pertencia a Costa.
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