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Domingo, 05 de maio de 2024

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Decadentismo: Por que temos uma população alheia às questões políticas?

Arquivo Pessoal

No meu artigo anterior, questionei sobre a falta de políticas públicas no que diz respeito à educação. Diante deste tema, ponho, novamente, uma indagação: Por que temos uma população tão alheia às questões políticas?

A resposta, talvez, possa ser encontrada, ou melhor, exemplificada pela má qualidade de ensino e também pelo modo como os últimos governantes vem tratando a educação neste país. Outro ponto cabível de análise é o modo como os estudantes estão aprendendo e como os professores estão ensinando. Essa relação de ensino-aprendizagem de algumas escolas está condicionada a testes modelos e, com isso,os discentes ficam condicionados a “decorar” o tema ou tópico exposto e não, de fato, compreendê-lo. Receio que não deveríamos buscar modelos de educação em outros países para aplicarmos em nossas escolas. Devemos analisar outros aspectos tais como:a cultura, a população e os fatos históricos- sociais,e assim, construir alicerces que incentivariam a uma possível revolução educacional.

Já falando em revolução, assim como a própria etimologia denota, do latim revolutione-, ato de revolver. É possível que estejamos prontos a entendera realidade brasileira partindo de uma definição matemática da própria palavra revolução. Para ficar claro, imaginemos políticos corruptos que estão no poder há anos e com isso mantém uma forma de suserania/ vassalagem com a população como um todo; entãovisualizemos a educação como um eixo fixo, cujos políticos estão próximos, o povo seria o processo de movimentação em torno deste eixo.

Claro que o sentido figurado é sempre mais belo, seria apenas uma transformação profunda; mas como fazer tal transformação sendo que estamos condicionados a viver em círculos cujo eixo, que é a educação, não está sendo sustentado por aqueles que detêm do poder?

Dentro deste prisma, é difícil entendermos quem tem o poder realmentepara mudar: o povo ou os políticos que abusam do fato de sermos uma população passiva e que o máximo que podemos fazer é uma sublevaçãoem redes sociais na internet.

Em resumo, recorro a uma citação de Oscar Wilde em que o autor afirma: “A verdadeira beleza acaba onde começa a expressão intelectual.” O decadentismo inglês ocorrerá agora no Brasil?

*Jefferson Almeida é professor de línguas estrangeiras, estudante de letras da UFMT e membro do grupo de pesquisa “História do português brasileiro” da USP/UFMT. É amante de literatura, têm 24 anos e fala seis línguas.



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