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Sábado, 27 de abril de 2024

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Dia da mulher... nós não queremos flores, queremos revolução de pensamento

Foto: (Foto: Facebook/Juliane Alves/Marcha das Vadias DF)

Dia da mulher... nós não queremos flores, queremos revolução de pensamento
No dia 8 de março é comemorado o 'Dia Internacional da Mulher'. Recebemos flores, cartões, bombons das lojas e muitos mimos e agrados que nos dizem o quanto somos especiais. Recebemos presentes e somos glorificadas por atitudes como andar de salto alto, cuidar dos filhos e do marido e se manter impecável.

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As mulheres que lutaram em 1857 na fábrica têxtil em Nova York e as feministas da década de 60 estariam orgulhosas com tanto agrado que conseguimos com o tempo. Só que não.

É só dar uma rápida navegada na internet e nos comentários (ah, os comentários...) das matérias para ver uma enxurrada de críticas ao movimento feminista e, quando o nível é mais baixo, ameaças de estupro, xingamentos e humilhação às mulheres que fazem parte do movimento.

As mulheres que lutaram na fábrica têxtil por mais direitos trabalhistas, as que queimaram sutiãs em 1968 não são mais ou menos dignas que as que lutam por igualdade em 2015. Não é porque elas estavam mais vestidas ou porque já estão mortas que merecem mais respeito.



O movimento feminista contemporâneo tem várias vertentes e discussões internas, mas o mais importante é a luta por liberdade e igualdade entre os gêneros. Neste meio incluem-se também as transexuais, já que a mulher não se resume a seu órgão reprodutor.

É a luta para poder andar à noite sem medo, é a luta para poder se divertir sem tem a possibilidade de alguém abusar de você, é a luta para fazer o que você quiser com seu corpo sem ser julgada ou rotulada, a luta pra ter os mesmos salários que os homens, a luta para ter total autoridade sobre o próprio útero, a luta para não acontecer mais slut-shaming, a luta para não ser colocada contra outra mulher porque ‘mulher é assim mesmo, são todas inimigas’, a luta para dizer chega e afirmar que o corpo é nosso e quem pode mandar nele somos única e exclusivamente nós mesmas.

Não são as revistas e os padrões de beleza, não são os pais, não são os maridos, não são os donos das empresas, não são os médicos, não são as as propagandas e nem os homens nas ruas que não conseguem controlar seus instintos que vão definir como devemos nos comportar. Feminismo é liberdade e consciência de que – veja só – nós merecemos tudo o que quisermos.

Então, meu conselho para este dia da mulher é: se você, homem, não concorda que nós podemos fazer o que quisermos sem que você coloque sua opinião sobre isso, não nos dê flores. Um presente muito maior seria você repensar seu papel e deixar de ser um “omi” pra ser um homem de verdade.

E pra você, mulher, que ainda não descobriu e aceitou o poder que tem: o dia é seu, e ele é muito mais do que rosas e bombons. Conheça o feminismo e se liberte das amarras que colocaram em você. Abra os olhos e veja o quanto você é linda e poderosa. Feliz dia!
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