A Corregedoria Geral da Polícia Civil aguarda os documentos do Ministério Público Federal (MPF) para avaliar a possibilidade de se instaurar ou não um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) para investigar a conduta do delegado Márcio Pieroni, titular da Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), durante as investigações que resultaram na possibilidade de o juiz Leopoldino Marques do Amaral ainda estar vivo.

No entendimento do MPF não há dúvidas de que o magistrado está morto e os trabalhos iniciados para investigar a possibilidade contrária não passaram de uma farsa para beneficiar o empresário Josino Pereira Guimarães, que será julgado ainda este ano sob acusação de ser o mandante da execução de Leopoldino.

Pieroni é apontado como um dos articuladores da suposta farsa, conforme depoimento do detento Abadia Paes Proença e de sua esposa Luziane Pedrosa da Silva à Polícia Federal, posteriormente encaminhado ao MPF.

As investigações iniciaram após Abadia ter declarado durante a reconstituição do crime envolvendo a morte de uma advogada, pelo qual está preso, acreditar que o magistrado estava vivo. O delegado chegou a procurar o detento na prisão pelo próprio delegado.

Dentre os questionamentos levantados pelo MPF, está inclusive o fato de não conter nas investigações nada que justifique a visita de Pieroni ao detento, bem como a coincidência de duas semanas depois de ter sido levantada a hipótese de Leopoldino estar vivo Luziane apresentar denúncia de ameaça.

Nulidade

Na quinta-feira (24), o juiz da 7ª Vara Federal de Mato Grosso, Paulo César Alves Sodré, decretou a nulidade de todas as decisões proferidas pela Justiça Estadual, bem como as investigações sobre o caso chefiadas pelo delegado Márcio Pieroni, sob a alegação de que o caso compete apenas a Justiça Federal.