O candidato a prefeito de Cuiabá Julier Sebastião (PDT) criticou a maneira como a atual gestão lida com os radares eletrônicos espalhados pelas ruas da cidade e a acusou de “ferrar com a classe média” para arrecadar com multas de trânsito. O pedetista defende um maior planejamento viário na capital e uma dinâmica diferente de fiscalização. Julier ainda comparou a Prefeitura com o personagem de desenho animado “Dick Vigarista”, conhecido por jogar sujo e tirar vantagem dos adversários na “Corrida Maluca”.
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“A cidade precisa se planejar. Como é que nós vamos botar radar numa pista que não tem sinalização, esburacada, com confusão viária, com o buraco do VLT a céu aberto na cidade. O mínimo de respeito e planejamento é o que precisa ter, e essa ausência de planejamento eu vejo aqui, por exemplo, naquela ‘trincheirona’ da Jurumirim. Tem um radar na saída da trincheira e tem outro radar a menos de 200 metros, em frente a Okada, ali na Miguel Sutil. Ora, qual é o objetivo ali, disciplinar o trânsito ou ferrar o motorista descuidado? Me parece que atualmente a opção preferencial tem sido essa: ‘vamos ferrar a classe média cuiabana’. E isso nós não vamos permitir”, afirmou, em entrevista ao Olhar Direto.
“Vamos planejar, organizar, colocar infraestrutura viária na cidade, discutir a mobilidade urbana, que significa ter VLT e tirar os ônibus das principais vias do centro da cidade. É assim que se melhora o transito e é em cima disso que se discute colocar radar e controles de velocidade, porque nós não podemos fazer política do Dick Vigarista, que é aquele [personagem] da ‘Corrida Maluca’, [que para ele] o que importa é levar vantagem com o carro. No caso da prefeitura, levar vantagem sobre o carro da classe média”, completou.
Cracolândia
Outro exemplo de falta de planejamento da atual gestão no que diz respeito ao trânsito, segundo Julier, foi o radar instalado na avenida que passa em frente à rodoviária de Cuiabá, que acabou sendo retirado dias depois. De acordo com o candidato, além do tráfego, a região é acometida por problemas de ordem social e necessita de uma série de ações do Poder Executivo.
“Nós temos a ‘cracolândia’ ali perto da rodoviária, todo mundo sabe disso em Cuiabá, ou seja, ali precisa de um trabalho de presença da prefeitura, primeiro de resgatar os usuários de drogas que estão ali, serviço social, psicólogos, um trabalho social. Precisamos ter um trabalho de iluminação, porque com iluminação diminui-se a criminalidade, de limpeza, presença da prefeitura, e só depois o policiamento. Com isso você já resolveria em parte aquilo", opina.
"Mas olha como é que a prefeitura atua, não fez nada lá, preferiu botar um radar em frente à rodoviária e causar o transtorno durante duas ou três semanas para todo mundo que passa naquela região na hora de pico, engarrafamento monstro, resultado: tiveram que derrubar o radar. Qual foi a prioridade? Foi tratar aquele problema social e de segurança publica e resolver ou foi só fazer e se aproveitar da indústria da multa? Preferiu-se a indústria da multa e afetar e prejudicar a classe média cuiabana que transita por ali”, finalizou.
