O candidato a prefeito de Cuiabá Wilson Santos (PSDB) afirmou em entrevista ao Jornal da Manhã, na TV Record, que o município não tem dinheiro para retomar o saneamento na capital. De acordo com ele, também não existem mais condições de a CAB continuar tocando os serviços, mas a responsabilidade não pode voltar para o município, que não tem recursos para os investimentos necessários. Para ele, é utopia falar em 'reestatizar'
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“Com a CAB não dá, não tem mais condições. Agora, nós não temos dinheiro da Prefeitura para saneamento, não há dinheiro do Estado para saneamento e a União já anunciou que não há dinheiro para saneamento. A orientação da União é para que os Municípios e Estados procurem parcerias com a iniciativa privada. Então a minha posição é clara. Eu já fiz muita proposta utópica, já falei muita coisa exagerada. Então é preocupante falar em ‘reestatizar’ os serviços de água e esgoto de Cuiabá”, ponderou Santos, na manhã desta quarta-feira (24).
A declaração do tucano, no entanto, destoa do
discurso feito 15 dias atrás, quando, em entrevista coletiva concedida no dia 9 de agosto, afirmou que via como um caminho retomar os serviços de saneamento para o município, sob argumento de que conseguiu durante a sua gestão melhorar a arrecadação da empresa e reduzir custos, o que a deixou “viável”.
“Eu estou só sinalizando a minha simpatia em manter os serviços públicos”, resumiu na ocasião. De acordo com o que Wilson argumentou na coletiva do dia 9, a Sanecap tinha 1200 servidores e uma arrecadação de 40 milhões por ano quando ele assumiu a Prefeitura. Em cinco anos, reduziu para 700 servidores o quadro de funcionários. “Nós quase que triplicamos a arrecadação, então, da nossa parte, a gente tem experiência de tocar a Sanecap como está”, afirmou.
“Muitos não sabem, mas a Sanecap ainda existe, ela ainda existe e está em processo de liquidação e é presidida por uma técnica por nome de Valéria Roder”, lembrou Wilson no começo da campanha. “[A Sanecap] limita-se basicamente a receber os seus ativos, mas eu quero dizer que eu administrei a Sanecap e acho que fiz bem, paguei em dia fornecedores, dei lucro à Sanecap. Fui o prefeito, modéstia à parte, que mais fez pelo saneamento de Cuiabá. Poderia ter feito muito mais se não tivesse a operação Pacenas”, vangloriou-se na ocasião.
Quebra de contrato
Na entrevista da manhã desta quarta-feira (24), Wilson lembrou que a CAB desrespeitou cláusulas do contrato de concessão e não tem mais condições de permanecer prestando serviço ao município.
“A CAB quebrou várias clausulas do contrato. Ela assumiu o compromisso de universalizar a água em três anos, não conseguiu. Assumiu o compromisso de em 10 anos universalizar a coleta do esgoto, já passaram quatro anos e ela não fez absolutamente quase nada. Então minha posição é: com a CAB não dá, não tem mais condições”.
O candidato ainda aproveitou a entrevista na televisão para lembrar obras de saneamento feitas pela sua gestão. “Construí a segunda maior estação de tratamento de água da história de Mato Grosso, que é a ETA Tijucal, que trata hoje, nesse momento, 580 litros de água por segundo. A ETA tijucal resolveu de maneira definitiva o abastecimento de água no Pedra 90, nos bairros Nova Esperança I, II e II. Toda a região sul hoje é abastecida com água de qualidade, que sobe na caixa d’água. Trouxemos também adutoras para a região do Altos da Serra I e II, Doutor Fábio I e II, só ali vivem quase 30 mil pessoas, todas abastecidas com água da ETA tijucal”, afirmou.
