Apesar de uma garoa ter ameaçado se transformar em chuva, o candidato a prefeito de Cuiabá Procurador Mauro de Lara (PSOL) estava pontualmente às 10h na Praça Alencastro, acompanhado do candidato a vice José Roberto (PSOL) e de um grupo de militantes do partido e voluntários, na manhã desta sábado (03). Com pouco tempo de TV e sem uma coligação de partidos, ele decidiu usar todo tempo disponível para buscar o eleitor no “corpo-a-corpo”.

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Mas, antes de o candidato tomar a iniciativa de cumprimentar as pessoas de passagem, uma delas foi até ele para declarar voto. Depois, outra repetiu a dose. E então mais uma. Aos poucos, ele estava caminhando ao redor do local cumprimentando e conversando com os eleitores.

Entre elas, dona Ana, que não teve dúvida. Assim que enxergou Mauro de Lara decidiu ligar para a filha, Fernanda, e abordá-lo para colocar ambos em contato. “Eu tenho três filhos em casa, todos são fãs dele. Mas a Fernanda é mais”, disse a senhora, depois de conversar pessoalmente com ele e o fazer conversar com a primogênita.


Procurador Mauro fala com a filha de dona Ana pelo celular da eleitora.

Essa foi uma das várias cenas que se repetiram na manhã de sábado na Praça Alencastro, bem em frente ao Palácio Alencastro, aonde ele almeja chegar com uma vitória nessas eleições. Entre elas, a conversa com Luiz Carvalho, vendedor ambulante que há cinco anos usa aquele local como ponto de venda e criticou o rótulo dado a base eleitoral do procurador de “votos de protesto”.

“Muitos dizem que é voto de protesto. Não é voto de protesto. Eu sei porque voto nele. É o melhor que tem. Ele não é aquele político viciado, de coligações antigas”, asseverou o ambulante. Segundo ele, o procurador Mauro não precisará distribuir cargos na prefeitura por não possuir coligação, nem promete coisa além do alcance do poder de um prefeito.


O âmbulante Luiz carvalho acredita que candiato a prefeito com grandes coligações estão amarrados a compromissos com políticos demais

Candidato desde 2006, ele acredita ter edificado um vínculo com a população cuiabana, agora refletido em uma acolhida popular. “E isso é o que temos encontrado na cidade. Muitas mães, muitos jovens declarando voto e falando isso aí ainda: ‘minha família toda está com você’. O que para nós tem sido uma felicidade”, falou o procurador Mauro, sem esconder sorrisos de satisfação, à reportagem do Olhar Direto.

Na sua primeira candidatura, Mauro enfrentou o pleito para governador do Estado. Em 2008 depois ele disputou a prefeitura de Cuiabá. Nas dois pleitos não obteve resultados expressivos, mas edificou caminho para as próximas campanhas. Em 2010, como candidato ao Senado, teve mais de 50 mil votos.

Em 2012, na sua quarta disputa, ele deixou as últimas colocações nos pleitos para ficar em terceiro lugar na corrida pela Prefeitura de Cuiabá, atrás de Mauro Mendes (PSB) e Lúdio Cabral (PT), e a frente de Guilherme Maluf (PSDB) e Carlos Brito (então PSD).


Várioas pessoas pediram para tirar com o candidato como se ele fosse uma celebridade local

Já em 2014, como candidato a deputado federal, foi o sétimo mais votado em todo Mato Grosso, com mais de 70 mil votos. Apesar de o estado possuir oito vagas na Câmara dos Deputados, ficou de fora devido ao quociente eleitoral, uma das regras das eleições proporcionais, e viu Victório Galli (PSC), mesmo menos votado, assumir o posto de deputado federal.

Agora, no entanto, ele é líder na pesquisa de intenção de votos do Ibope (MT-04797/2016) e é figura procurada pelos eleitores. Durante sua “ronda” na Praça Alencastro, foi abordado várias vezes por pessoas que queriam tirar fotos, dar um abraço ou desejar boa sorte nessa eleição. E ao invés de distribuir apertos de mãos e sorrisos instantâneos para fotos, ele dedicava um tempo mínimo de conversação com cada pessoa. Além de pedir voto e o empenho do possível eleitor em conseguir mais votos, discutia, de forma resumida, o futuro da cidade.

“Na última campanha a deputado federal fomos o primeiro colocado aqui em Cuiabá, também com uma campanha bem modesta e tivemos 20% dos votos aqui. Era uma acolhida que a gente recebia da população. Já era muito bom e acreditávamos em uma votação muito forte. Mas, quando chegou agora, pelo que sentimos na campanha de 2014, está três a quatro vezes mais essa acolhida. Está muito legal. A gente sente que é um movimento maior”, comemora o candidato.