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Domingo, 09 de junho de 2024

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“Não é possível que os anos 1950 ainda não chegaram a Cuiabá”, diz Wilson; veja propostas

Foto: Rogério Florentino Pereira/ Olhar Direto

“Não é possível que os anos 1950 ainda não chegaram a Cuiabá”, diz Wilson; veja propostas
O candidato a prefeito de Cuiabá Wilson Santos (PSDB) apresenta neste segundo turno um novo pacote de medidas de gestão, com promessas já feitas na primeira etapa da eleição e novas propostas para a cidade apresentadas neste momento. O tucano garante que tem planos para o desenvolvimento social e econômico do menos favorecidos e dos empreendedores mais arrojados. Em entrevista concedida durante visita Olhar Direto na última semana, criticou o modelo econômico de Mato Grosso e as consequências na capital. “Não é possível que os anos 1950 ainda não chegaram a Cuiabá”, criticou, sobre a falta de industrialização.

 
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Santos garante que sua gestão será sustentada pelo tripé: prioridade na área social, proximidade do cidadão com a máquina pública e a conclusão das obras em andamento pela atual gestão. Com foco no desenvolvimento econômico e social, defende um pacote de medidas que garantam oportunidade a pequenos empreendedores, inserção de pessoas carentes no mercado de trabalho por meio de capacitação profissional, fomento por meio de microcédito e partindo de pequena para grande escala, o desenvolvimento de um pólo de industrialização da cidade.
 
Wilson criticou o modelo econômico de Mato Grosso comparando-o ao do Brasil no período colonial. “Nós temos que avançar porque nós temos em Mato Grosso a economia do Brasil de 500 anos atrás, porque a economia do Brasil colônia era baseada em quatro itens. Latifúndio, que não mudou, MT continua na base de latifúndio. Dois, produção de matéria prima, não mudou, a monocultura ta ai. Três, visando o mercado externo, não mudou. Quarto, mão de obra escrava, essa foi substituída por máquinas que não geram emprego. Então você tem uma economia em Mato Grosso do Brasil colonial, de 500 anos atrás, não é possível que os anos 1950 ainda não chegaram a Cuiabá, não é possível que isso ainda não chegou. Então do humildezinho até o empreendedor mais arrojado, nós temos propostas. Desde aquele que precisa de R$ 500 para comprar uma grelha, 50 espetinhos de madeira, comprar dois três quilos de carne para começar até o industrial arrojado que quer investir bilhões em Mato Grosso”.
 
Confira abaixo as propostas de Wilson Santos para o desenvolvimento econômico e social em Cuiabá:
 
Crianças e moradores de rua

“Em relação ao social nós vamos fortalecer os programas sociais como PETI, que é o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil. Nós vamos fortalecer os CRAS que são os Centros de Referência em Ação Social, com mais servidores e ampliar o número de serviços prestados à comunidade e qualificar esses serviços. Vamos fazer um programa para retirada da população de rua, isso é inadmissível, através da criação de casas de retaguarda. Vou recriar o programa Ser Menino, criado por mim, que retira os meninos das ruas e dá o amparo psicológico, dá o amparo social a essas crianças e adolescentes. Nós vamos fortalecer e ampliar o Siminina, ele vai ser fortalecido e ampliado com a implantação de novas unidades rumo à periferia.”
 
Comida na mesa
 
“Vou criar o programa prato cheio, que consiste em vários itens. O primeiro é um cartão que a pessoa poderá comprar alimentos, comprar comidas em redes de supermercado, mercearias conveniados com a Prefeitura. Nós vamos dentro do programa prato cheio recriar o Programa de Reaproveitamento Alimentar, que são aquelas verduras, aqueles legumes que chegam machucados na viagem e quando você expõe na gôndola o cliente torce o nariz. Isso foi criado lá atrás pelo [Roberto] França. Vamos estimular hortas comunitárias, hortas escolares e vamos implantar 2 novos restaurantes populares. Então tudo isso eu chamo de prato cheio. Tem 13 mil miseráveis em Cuiabá e tem 25 mil famílias cuja renda mensal atinge no máximo meio salário mínimo. Então você tem aproximadamente 120 mil pessoas em Cuiabá, de um universo total de 525 mil, que tem dia não conseguem fazer uma alimentação, dormem sem fazer uma alimentação.”

Qualificação profissional e inserção no mercado de trabalho

“Estou trazendo também o programa chamado Padaria Artesanal. É um programa do Governo de São Paulo onde as pessoas aprendem a fazer dez tipos de pães artesanais num dia. Ele entra de manhã e sai sabendo fazer tudo isso. É a padaria artesanal. Ele pode fazer isso só para o seu consumo doméstico ou utilizar como atividade comercial, incorporar renda à sua família, tem gente em São Paulo que chega a fazer R$ 2 mil por mês.”
 
“Vou trazer também o programa para costureiras, para formar costureiras. Estou chamando de Escola da Moda. A pessoa durante algumas semanas, durante 60 dias, recebe toda uma formação para trabalhar em costura, desde riscar, cortar e costurar. Isso eu sei porque sou filho de costureira. Eu vi minha mãe riscar, cortar o risco no papel e depois costurar. A costura que chama de plana e aquela de malharia, com linhas industriais, com a máquina overlock.”

Emprego e fomento a microempreendedores

“Tudo isso na área social, que é geração de renda. Na linha de geração de emprego nós vamos realizar concursos públicos e nós vamos trabalhar para implantar um distrito industrial para micro e pequenos empresários que não têm em Cuiabá. Por exemplo, em Brasília é tudo segmentado, você teria um distrito com oficinas mecânicas, com funilaria, pequenos reparos de ar-condicionado, geladeira. Muitos desses estão ai em ambientes alugados e são pequenos. Então um distrito industrial para micro e pequenas empresas e nós vamos trazer de volta o Cuiabanco, que eu criei em Cuiabá, um banco do povo cuiabano, para microcrédito. Nós fizemos isso, concedemos mais de três mil microcréditos que mudou muitas vidas e depois foi extinto e eu vou recriar o Cuiabanco porque o grau de inadimplência é menos de 3% e ele ajuda a gerar muita renda. É aquele picolezeiro, quem quer fazer uma pequena fábrica de cabo de vassoura no fundo de casa, quem quer colocar o seu cachorro-quente, quem quer colocar o seu salão de beleza, quem quer fazer o seu amendoim torrado, enfim, colocar um espetinho. Tudo isso atacando a vulnerabilidade, para combater a insegurança alimentar, para gerar renda e gerar emprego. Quando eu fiz foi de R$ 300 a 2 mil. Eu quero fazer agora de R$ 500 a R$ 5 mil.”

Cuiabá como pólo industrial  

“É o meu sonho, eu espero ver isto antes de morrer, que é ver Cuiabá um grande pólo industrial, o maior pólo industrial do agronegócio brasileiro, por isso que eu defendo a taxação do agronegócio para exportação. Você já ouviu falar em Franca (SP). Franca é conhecida como a cidade do calçado e você acha que o Estado de São Paulo tem mais boi que Mato Grosso? Quem que pode oferecer o preço mais barato nesse couro? Nós somos o primeiro rebanho bovino do país. Nós temos a matéria prima aqui. Semijoias, a pessoa sai daqui para ir a São Paulo, Vitória comprar semijoias para revender em Cuiabá. Nós temos todos os tipos de pedras coradas em Mato Grosso. Pra que sair daqui? Cuiabá pode ser um pólo joalheiro, senão de alto nível, a começar por semijoias. Algodão, podemos ser um pólo da indústria têxtil, fazer parte do jeans do Brasil aqui. Nós temos em larga escala couro, pedras corada e algodão. E a cadeia da soja, o milho, o girassol, a madeira. Com a nossa madeira podemos fazer de Mato Grosso um grande pólo moveleiro do Brasil. Por que isso não acontece? Porque tem muita gente boa que ganha muito dinheiro exportando matéria prima, porque não paga impostos. Então o meu sonho e, eu digo, isso não se faz do dia para a noite, eu vou dar o primeiro passo, o meu sonho é transformar Cuiabá no principal pólo industrial do Brasil, oxalá da América Latina, quando o assunto é proteína vegetal e proteína animal, pedras.”
 
Do pequeno ao grande
 
“Então esse conjunto que eu falei lá atrás, comecei pequenininho, comecei falando em Padaria Artesanal, ai coloca Escola da Moda, o programa Padaria Artesanal e foi avançando. Cuiabá Vest até chegar na industrialização. Por que o senhor fala em industrializar? É fácil industrializar? Não, é dificílimo, só que nós já temos todos os pressupostos necessários. Energia, temos duas fontes energéticas fantásticas que é a hidro e a do gás. Nós gastamos um bilhão de dólares para trazer o gás natural da Bolívia para não ser usado aqui. Ele está ai no distrito e as indústrias do distrito não utilizam o gás que é quase um terço do peso da energia elétrica e mais limpo. Então nós temos duas fontes de energia e eu vou cobrar a distribuição do gás. As industrias cuiabanas tem que ter direito a esse gás. Nós temos a energia hidroelétrica, nós temos mais de 2 mil mestres e doutores em Cuiabá, então nós temos capital humano para subsidiar essas indústrias. A nossa localização como centro geodésico que durante dois séculos e meio foi extremamente desfavorável hoje, ao contrário, é favorável, nós podemos atingir esses produtos todos os Andes aqui. 100 milhões de colombianos, peruanos, bolivianos, venezuelanos, equatorianos, chilenos que moram ai.”
 
Na próxima semana, Olhar Direto deve receber a visita do candidato Emanuel Pinheiro para dar sequencia às entrevistas com os candidatos. 
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