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Quinta-feira, 02 de maio de 2024

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caso leopoldino

Magistrado teria intermediado encontro de presidiário e Pieroni

Foto: Reprodução

Magistrado teria intermediado encontro de presidiário e Pieroni
O desembargador aposentado Odiles Freitas de Souza foi citado pelo Ministério Público Federal (MPF) como o responsável pela aproximação entre o delegado da Polícia Civil Márcio Pieroni e o presidiário Abadia de Paes Proença, acusados de, junto com o empresário Josino Pereira Guimarães, terem articulado uma farsa para levantar a hipótese de que o juiz Leopoldino Marques do Amaral, morto em setembro de 1999, estaria vivo e morando na Bolívia.


Conforme o documento conseguido com exclusividade pelo Olhar Direto, há sérios indícios de que a aproximação entre Abadia e Pieroni foi patrocinada pelo desembargador aposentado, justamente um dos representados por Leopoldino pelo crime de corrupção consistente na existência de um esquema de “venda de sentenças” no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT).

"Com efeito, os réus, mediante a ação do delegado Pieroni, deram causa à investigação criminal contra José Roberto, mesmo sabendo de sua inocência. É certo que o desembargador aposentado Odiles Freitas de Souza foi o responsável pela aproxamiação de Abadia e Pieroni, consoante asseverado pelo próprio Abadia e pelo neto do mencionado magistrado aposentado, Odiles Canavarros Souza, sob falso pretexto da existência de informações de que o juiz estaria vivo", consta de trecho da denúncia do MPF.

Na época (1999), as denúncias feitas por Leopoldino apontavam o empresário como uma espécie de “corretor” e/ou lobista do suposto esquema criminoso instalado no Judiciário para comercialização de sentenças, além de outros crimes envolvendo magistados da cúpula do Tribunal de Justiça de Mato Grosso. 

A denúncia de Leopoldino foi preponderante para mudar a história do TJ, embora ele também tenha sido acusado de desviar recursos da Vara da Família, da qual era titular. Contudo, o corpo do juiz foi encontrado nas proximidades de Concepcion, no Paraguai, em 07 de setembro de 1999 com dois tiros na cabeça e parcialmente carbonizado.

Em depoimento à Polícia Federal, Abadia afirmou que durante a reconstituição do crime envolvendo a morte de uma advogada, crime pelo qual está preso, em uma conversa entre os policiais civis, um homem de 30 anos teria comentado que "até hoje o caso do juiz Leopoldino não foi resolvido". Ao ouvir o comentário o detento pontuou também acreditar na possibilidade.

Algum tempo após a conversa, o presidiário foi procurado pelo delegado Pieroni, e, segundo ele, o homem que ouviu a conversa entre o detento e os policiais é neto do desembargador Odiles Souza.

Pieroni e Josino estão presos desde o início da semana acusados de montarem a farsa. Além deles, o MPF denunciou Cloves Luiz Guimarães, irmão do empresário-lobista, o investigador da Polícia Civil Gardel Tadeu Ferreira de Lima e o detento Abadia Paes Proença pelos crimes de formação de quadrilha armada, denunciação caluniosa, falsidade ideológica, fraude processual, interceptação telefônica para fins não autorizados em lei, quebra de sigilo funcional e violação de sepultura.

Durante as investigações chefiadas por Pieroni, que na época era titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), depoimentos foram falsificados, além de terem sido realizadas interceptações telefônicas cujos diálogos foram orientados pelos réus e produziram-se laudos periciais por dentistas particulares para legitimar a fraude.

Primeira atualização às 23h37
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