O deputado federal Roberto Dorner (PP) acredita que o senador Blairo Maggi (PR) não vai aceitar o comando do Ministério dos Transportes, no cenário nebuloso que se encontra a pasta, depois de denúncias de suposto Mensalão do PR. “Se eu fosse o Blairo não aceitaria neste momento”, disse, em entrevista ao Olhar Direto.

Conforme o deputado, Maggi pode virar alvo de denúncias na imprensa e investigações, caso aceite ser ministro, por ter forte ligação com o diretor geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luis Antônio Pagot – que está de férias “Ele tem uma ligação com Pagot e qualquer coisinha vai respingar no Blairo”, analisou Dorner, prevendo investigações futuras.

Pagot foi secretário de Estado quando Blairo Maggi comandava o governo de Mato Grosso e, depois, foi indicado ao Dnit sob influência do ex-governador. Para o deputado mato-grossense, Blairo tem o perfil ideal para administrar o Ministério, mas seria melhor esperar as investigações sobre as denúncias de desvios de verbas daquela pasta.

“Ele é o melhor nome do PR para tocar as obras de infraestrutura que o Brasil precisa. Foi governador do Estado por dois mandatos e é empresário de visão. Além disso, tem muita credibilidade. Porém, creio que o momento é desfavorável para assumir o cargo”, conjecturou Dorner.

Blairo foi sondado pelo Palácio do Planalto para ocupar o cargo deixado pelo ex-ministro Alfredo Nascimento (PR), mas disse que vai analisar nos próximos dias qual decisão tomar. Os republicanos apostam que o senador mato-grossense é o “trunfo” para manter os Transportes sob o comando do partido.

A revista Veja atesta que o PR, sob determinação do deputado Valdemar da Costa Neto, cobrava até 5% das empreiteiras para direcionar licitações de obras rodoviárias e ferroviárias. Segundo a reportagem, Pagot e o diretor da Valec Engenharia, José Francisco das Neves, o ‘Juquinha’, eram coniventes com o dito esquema.