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Quinta-feira, 02 de maio de 2024

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Ex-Dnit, Luiz Pagot diz que Veja "dá tiro na cabeça" ao insistir em acusá-lo

Foto: Reprodução

Ex-Dnit, Luiz Pagot diz que Veja
Ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot classifica como uma "grande sacanagem" a 'campanha difamatória' promovida contra ele por Veja e que chegou ao ápice neste fim de semana com a publicação de um editorial em que a revista tenta unir o nome do ex-diretor ao bicheiro Carlinhos Cachoeira e à empresa Delta.


Para Pagot, a publicação das acusações reforça as intenções da revista de denegrir sua imagem como ex-diretor da autarquia responsável pelas principais obras de infraestrutura de transportes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Questionado pelo Olhar Direto a respeito das acusações feitas pela publicação comandada por Roberto Civita, Pagot avalia que a campanha contra ele é um equívoco estratégico da revista.

"Foi uma baita sacanagem o que eles estão fazendo comigo. Mas estão equivocados. Eles deram um tiro no pé com esta série de matérias contra a minha pessoa. Com este editorial, então, eles acabaram dando um tiro na cabeça", declara.

Acuada e constrangida depois das revelações do envolvimento de seu editor, o jornalista Policarpo Júnior, com o contraventor Carlinhos Cachoeira, a revista Veja retomou a estratégia de atacar e colocar Pagot nas cordas antes de seu depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) no Congesso Nacional para explicar as conexões da Delta com políticos, mídia e imprensa.

No editorla, a revista afirma que Pagot foi "papai noel" da empresa Delta e diz que ele teria jantado com o contraventor Carlinhos Cachoeira e com o empresário Cláudio Abreu, homem forte da empresa na região Centro-Oeste. Pagot, porém, já disse que dirá tudo que sabe durante a CPMI.


Leia abaixo o editorial  da revista Veja na íntegra:

Em julho do ano passado, uma reportagem de VEJA revelou que no Ministério dos Transportes funcionava uma organizada estrutura de corrupção. Em troca de contratos e liberação de faturas, empreiteiras eram instadas a recolher propina ao caixa do Partido da República, o PR, que comanda a pasta. Dias depois da revelação, a presidente Dilma Rousseff demitiu toda a cúpula do ministério, incluindo Luiz Antonio Pagot, o então diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), o órgão responsável pela construção e manutenção das estradas federais.

Pois esse mesmo Pagot, recentemente, tentou se transmutar em vítima, atribuindo sua demissão a um complô tramado pelo grupo de Carlos Cachoeira. Em sua versão, o defenestrado perdeu o cargo não por seus defeitos, mas por suas qualidades. Ele teria contrariado interesses da construtora Delta, empreiteira que, se sabe agora, tinha Cachoeira como lobista. Pagot chegou a insinuar que a reportagem teve origem em informações da quadrilha de Cachoeira.

O contorcionismo retórico de Pagot, como a mentira, tinha perna curta. Não foi longe. Já se sabia que na gestão dele a Delta multiplicou seus negócios, transformando-se na maior prestadora de serviços do governo, com faturamento superior a 3 bilhões de reais em contratos de rodovias, muitos deles eivados de irregularidades. Pagot foi um Papai Noel para a empreiteira. Na semana passada, foram reveladas novas gravações telefônicas captadas pela Polícia Federal que desmontam a tese do ex-diretor do Dnit.

Os diálogos mostram que a quadrilha de Cachoeira estava muito preocupada com a demissão de Pagot, que após a divulgação das irregularidades foi convocado para depor perante uma comissão do Senado e ameaçava fazer revelações sobre o esquema de propina no ministério. Em um dos diálogos, Cachoeira fala com o representante da construtora no Centro-Oeste que, se Pagot dissesse qualquer coisa sobre o esquema, estaria dando "um tiro no próprio pé". Ele, de fato, se calou diante da comissão do Senado.

O ex-diretor do Dnit, segundo a Polícia Federal, participou de um jantar com o senador Demóstenes, Cachoeira e o dono da Delta, Fernando Cavendish, para tratar dos negócios da empreiteira.

Essa relação explicaria em parte o sucesso da Delta, que tinha em seu rol de "consultores" o ex-ministro José Dirceu, apontado pelo Ministério Público como o "chefe da quadrilha do mensalão". A oposição quer convocar Pagot para depor. Boa chance para ele, desta vez, contar tudo o que sabe.




Atualizada às 17h
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