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Sábado, 27 de abril de 2024

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Saddam mentiu sobre armas de destruição em massa por temer Irã, diz FBI

O ex-ditador iraquiano Saddam Hussein (1937-2006) não rejeitou a acusação de que o país mantinha armas de destruição em massa por temer parecer fraco diante da ameaça do Irã, um país que mantém programa nuclear e era considerado uma ameaça real para o Iraque. A revelação foi feita pelo FBI (polícia federal americana), que divulgou documentos sobre interrogatórios de Hussein, derrubado do poder pelos americanos.


"Hussein acreditava que o Iraque não podia parecer fraco a seus inimigos, especialmente o Irã", disse o agente especial do FBI George Piro, em anotações sobre a conversa que teve com Saddam, em 2004, sobre armas de destruição em massa.

O ex-ditador afirmou ainda acreditar que o Iraque estava sendo ameaçado por outros países da região e precisa parecer capaz de se defender, diz o relatório.

Os documentos, divulgados nesta quarta-feira, Saddam afirma ainda que ele estava mais preocupado sobre o Irã descobrir sobre as fraquezas e vulnerabilidades do Iraque do que as repercussões com os Estados Unidos por barrar o retorno dos inspetores da ONU (Organização das Nações Unidas) que procuravam armas de destruição em massa.

"Em sua opinião, os inspetores da ONU teriam identificado diretamente aos iranianos onde poderiam atingir de maneira a causar máximo dano ao Iraque", segundo os documentos obtidos e divulgados pelo Arquivo de Segurança Nacional, um instituto não governamental de pesquisa.

Saddam começou uma guerra violenta com o Irã em 1980, na qual usou armas químicas. O conflito terminou apenas oito anos depois, em 1988.

O ex-presidente dos EUA George W. Bush lançou a invasão ao Iraque em 2003, alegando a ameaça imposta pela presença de armas de destruição em massa no governo Saddam. Tais armas nunca foram encontradas e Bush admitiu este como um dos maiores erros de seu governo.

Os agentes especiais do FBI realizaram 20 entrevistas formais e ao menos cinco "casuais" com o ex-líder iraquiano depois de sua captura por soldados americanos em dezembro de 2003, segundo os documentos.

Saddam, identificado como "Detido de Alto Valor Número 1", temia, assim como Bush, os mulás "fanáticos" iranianos.

Os registros referem-se a conversas entre Saddam e agentes que conversam em árabe, entre fevereiro a junho de 2004, em sua prisão no Aeroporto Internacional de Bagdá.

Al Qaeda

Saddam também negou as conexões com o líder da rede terrorista islâmica Al Qaeda, Osama bin Laden, a quem chamou de zelot, nome de um grupo de judeus radicais que combatiam e perseguiam judeus que ajudassem aos romanos na Antiguidade.

O então ditador assumiu responsabilidade pelo ataque com mísseis Scud contra alvos israelenses na Guerra do golfo Pérsico, em 1991.

Ele culpou Israel e sua influência nos Estados Unidos por "todos os problemas dos árabes."

Durante as entrevistas, Saddam rejeita ainda alguns exemplos do que ele via como mitos, como a história de que tinha diversos sósias.

Segundo parte do relatório, Saddam afirma que usou o telefone apenas duas vezes desde março de 1990 e que ele comunicou-se, principalmente, por mensageiros.

Saddam foi executado em dezembro de 2006 depois de ser condenado por crimes contra a humanidade por uma corte iraquiana pelo assassinato de 148 homens e meninos xiitas --como represália por uma tentativa de assassinato em 1982.
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