A secretária de Estado de Cultura, Janete Riva (PSD), esposa do deputado José Geraldo Riva, um dos principais e mais influentes líderes do Partido Social Democrata em Mato Grosso, descartou qualquer possibilidade de apoiar o ex-juiz federal Julier Sebastião, que a partir desta quarta-feira (2) será o pré-candidato do PMDB, aliado do PSD.

Nos bastidores da política mato-grossense, comenta-se que essa posição da secretária de Cultura pode complicar as negociações para se formar uma chapa única da base governista, à qual teria Julier como cabeça de Chapa. E toda essa resistência ao nome do ex-juiz estaria relacionada a uma decisão do magistrado, que emitiu uma ordem de prisão preventiva contra ela, em 2010.

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A prisão de Janete ocorreu com o desenrolar da Operação Jurupari, investigação da Polícia Federal a respeito de crimes ambientais, como irregularidades na venda de créditos de carbono. Em 2013, quando ela já estava a frente da Secretaria de Cultura, a ação penal contra ela foi suspensa pelo desembargador federal Tourinho Neto.

“Ao que eu saiba, ele é ventilado como candidato a deputado federal, e nosso partido possui uma chapa pura muito forte, com a possibilidade de eleger pelo menos três nomes. Não há porque o PSD apoiar ele”, disse a secretária, comentar uma possível candidatura de Julier, como se em nenhum momento ele tivesse sido ventilado ao Governo.

Questionada de forma direta sobre uma aliança da base governista em torno do juiz federal, com o apoio do PSD, ela novamente ressaltou os candidatos do PSD e apontou a dificuldade em apoiar o magistrado . “Nós temos o nosso próprio candidato, o vice-governador Chico Daltro. Vamos fortalecer o nosso candidato. Acho muito, muito difícil apoiar Julier”, completou.

Contudo, sem tocar e nenhum momento no assunto da prisão de 2010, Janete afirmou que é salutar para a política a entrada de novos nomes. “Principalmente para que no voto, descubra, se o povo aprova ou não o que eles fizeram até hoje”, completou, deixando no ar uma clara provocação ao magistrado.