Problema crucial das grandes e médias cidades de Mato Grosso e do Brasil, recentemente chegando às pequenas, a criminalidade será tema obrigatório nas discussões sobre planos de governo. Dos quatro pré-candidatos ouvidos pela reportagem do Olhar Direto nos últimos dias, um consenso: a necessidade de investir nas famílias, especialmente em educação e saúde, para prevenir a violência.

“O envolvimento das famílias é essencial no combate e prevenção à violência, em especial contra o consumo e tráfico de drogas”, projetou o ex-vereador Lúdio Cabral, pré-candidato a governador de Mato Grosso pelo PT, durante reunião com dirigentes aliados.

“Estamos prontos para fazer o maior investimento da história da segurança pública em Mato Grosso, tanto em pessoal quanto em equipamentos. Porém, para que tenhamos sucesso verdadeiro, a participação da família é fundamental”, afirmou o vice-governador Chico Daltro (PSD), também pré-candidato pela aliança governista.

Como uma das principais formas de fomentar a inserção de famílias no cotidiano do setor, o ex-juiz federal Julier Sebastião da Silva (PMDB) pretende ampliar a participação dos Conselhos Comunitários de Segurança (Consegs) nos debates das políticas públicas. Julier considera essencial que os conselhos sejam ouvidos na definição de ações preventivas e já estabeleceu que isso seja uma prática, em cada circunscrição dos conselhos.

“Temos quase 200 Consegs, com representantes de quase todos os segmentos da sociedade organizada, abrangendo todos os municípios de Mato Grosso: portanto, o principal instrumento de participação popular está disponível”, aponta o pré-candidato peemedebista.

Da mesma forma, Lúdio Cabral afirma que pretende construir novas Bases Comunitárias de Segurança, nos maiores municípios do Estado. “Quando o cidadão de bem confia em sua polícia, ele próprio identifica o problema e leva a proposta de solução para as forças de segurança”, obseva Cabral, ao lembrar que, em Cuiabá e Várzea Grande, hoje com 15 Bases Comunitárias, devem chegar no mínimo a 20 nos primeiros dois anos de seu mandato.

Por seu turno, Chico Daltro confia na isonomia salarial nos proventos dos policiais de todo o país, prevista na PEC 300 (Proposta Emenda à Constituição), em que a União é responsável por quitar parte da folha de pagamento das forças de segurança pública nos estados em que a receita não for suficiente, como é o caso de Mato Grosso.

Desta forma, o atual vice-governador e pré-candidato pelo PSD considera a PEC 300 imprescindível para a reestruturação das carreiras de servidores da segurança, no Brasil.

Ludio Cabral anunciou ainda a criação de assessoria jurídica para policiais que cometem deslizes ou excessos no exercício da profissão e, também, a ampliação do auxílio fardamento. “Às vezes, o policial vai para a diligência com medo até mesmo de brecar o carro bruscamente sobre uma pessoa, porque isso pode lhe custar uma denúncia na Corregedoria e, por conseqüência, promoções na carreira”, avalia Cabral.



Julier Sebastião preferiu defender Silval Barbosa. “Este governo resolveu o problema crônico da falta de viaturas e do combustível. Hoje ninguém mais ouve falar de que uma ocorrência deixou de ser atendida por falta de viatura ou de gasalina, como ocorria no passado”, observa o ex-juiz federal e hoje pré-candidato pelo PMDB.

O jornalista José Marcondes Neto, o ‘Muvuca’, afirmou que, em seu governo, irá ampliar em pelo menos 35% o número de servidores das forças de segurança, especialmente Polícia Militar e Corpo de Bomeiros Militar.