Sem rumo desde que o ex-governador e senador Blairo Maggi (PR) mandou retirar oficialmente o seu nome do páreo, o Partido da República pode voltar ao projeto original e lançar o deputado federal Wellington Fagundes, presidente do Diretório Regional, para o governo de Mato Grosso. Ele aparece bem nas pesquisas de opinião pública sobre tendência do eleitorado, realizada para consumo interno, e teria condições de ‘arrastar’ a disputa pelo Palácio Paiaguás, onde o senador José Pedro Taques (PDT) aparece como favorito, para um eventual segundo turno – o que nunca ocorreu em Mato Grosso.
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Wellington Fagundes teria a simpatia do comando do PSD, onde o vice-governador Chico Daltro, presidente social democrata, já deixou clara a sua insatisfação com a condução do PMDB e do PT. Se vingar a candidatura de Wellington, haveriam duas chapas oriundas da base do governador Silval Barbosa (PMDB).
Uma encabeçada por Fagundes e, outra, pelo ex-juiz Julier Sebastião Silva (PMDB) ou pelo ex-vereador Ludio Cabral (PT).
O líder do governo na Assembleia Legislativa, o deputado Hermínio Jota Barreto (PR), um dos articuladores da chapa, entende que o nome de Wellington teria surgido porque, após diversas reuniões, o grupo ainda não chegou a um consenso entre os três pré-candidatos já apresentados: Lúdio Cabral (PT), Julier Sebastião da Silva (PMDB) e Chico Daltro (PSD).
Para Jota Barreto, Wellington pode se transformar na grande novidade do pleito deste ano. “Acho que é um candidato com perfil de trabalho, demonstrou isso na Câmara. Pode ser candidato a governador ou a senador”, avalia.
A preferência do deputado federal é pela disputa ao Senado. Desde o ano passado, no entanto, ele próprio já afirmava que poderia “se sacrificar” e concorrer ao cargo de governador, caso o grupo não encontra-se um nome melhor.
Recentemente, a possibilidade desta candidatura se tornou mais forte dentro do PR, já que membros do partido têm defendido a divisão da base governista para o lançamento de duas chapas majoritárias.
A intenção com esta proposta é de fortalecimento do grupo e a tentativa de divisão dos votos, já que, conforme as pesquisas realizadas até agora, o candidato da oposição, o senador Pedro Taques (PDT), deve sair vitorioso.
Dentro do grupo governista, todavia, a proposta ainda sofre resistência. O deputado estadual Alexandre César (PT), por exemplo, disse considerar a ideia como uma “tolice”, tendo em vista que a divisão de votos pode ser perigosa.
Para o petista, o eleitor poderia não entender a divisão das legendas, já que o grupo governa o Estado há 12 anos. Ele ainda questiona a “verdadeira” intenção dos que fazem a proposta.
“Será que estão a serviço da situação ou estão ainda a serviço do outro lado?”, alfineta, se referindo ao período em que o PR cogitou migrar para a oposição e apoiar o projeto de Taques.
A reportagem do
Olhar Direto apurou que a tese de divisão das legendas, contudo, também já foi defendida pelo deputado José Riva (PSD) e até pelo presidente regional do PMDB, o deputado federal Carlos Bezerra.
Chapa proporcional
Quanto às eleições proporcionais, o PR segue buscando encontrar legendas que queriam se coligar. Esse também foi um ponto que a sigla tentou, sem sucesso, articular com a oposição. O problema é que boa parte dos candidatos entendem que a formação de uma chapa com o PR, beneficiaria somente os republicanos.
Conforme Barreto, a legenda propôs ao grupo governista que se crie, então, duas chapas. Uma delas, provavelmente, entre o PT, PMDB e PR; e outra com PSD, PROS e as demais legendas do arco de alianças.
Na próxima semana, o grupo deve se encontrar novamente para tentar resolver estas pendências. A escolha do candidato ao governo, todavia, só deve sair no dia 30, durante as convenções.