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Terça-feira, 14 de maio de 2024

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Aliança oposicionista tenta fazer frente a "projeto nacional" governista no 2° turno uruguaio

Um dia depois da votação do primeiro turno, os partidos dos candidatos presidenciais uruguaios José Mujica e Luis Alberto Lacalle, que disputam o segundo turno em 29 de novembro, passaram a definir nesta segunda-feira as estratégias para tentar garantir a vitória no mês que vem.


O candidato governista, o senador e ex-guerrilheiro José Mujica, reuniu-se na tarde desta segunda-feira com colaboradores, entre eles seu companheiro de chapa, o ex-ministro da Economia Danilo Astori, a fim de alinhar a estratégia para o segundo turno da disputa, que ocorrerá em 29 de novembro.

Segundo informações do site "El Espectador", a coalizão Frente Ampla usará como argumento o fato de que é a única força "com um projeto nacional de longo prazo", em contraposição à incerteza que poderia ser desencadeada por uma gestão do Partido Nacional, cujo candidato é o ex-presidente Luis Lacalle.

Para tanto, os governistas jogarão com a importância de contar com a maioria parlamentar, que para Astori já está garantida, com 16 dos 30 senadores.

"Daremos ênfase a algo que consideramos muito próprio de nossa proposta, que é o projeto nacional", disse Astori, em declarações citadas pelo "El Espectador".

"Um projeto nacional com um rumo de longo prazo, de 20 ou 30 anos. Consideramos que apenas nós estamos propondo e falando de um projeto nacional", complementou.

Mujica, seu vice e as principais lideranças da Frente Ampla se reuniram hoje e fizeram um balanço positivo da votação deste domingo, na qual o candidato da aliança obteve 47,49% dos votos, contra 28,5% de Lacalle.

Com os números deste domingo, Mujica esteve muito perto de obter uma vitória ainda no primeiro turno, o que exigia a maioria absoluta dos votos.

Segundo Astori, já nesta sexta-feira (30) terá início a campanha da Frente Ampla, e na semana que vem a chapa fará viagens ao interior do país.

Os eleitores de Lacalle pareceram não se importar com a grande perda de votos para seu candidato e comemoraram quando o líder do Partido Colorado, Pedro Bordaberry, que recebeu pouco menos de 17% dos votos, ofereceu seu apoio incondicional ao ex-presidente no segundo turno.

Lacalle quer reduzir impostos e disse que iria "usar uma motosserra" para reduzir o tamanho do governo. Ele argumentou que seu partido de centro-direita "é a melhor opção para a segurança, garantia, a paz e o diálogo de que o Uruguai precisa."

"Não chamem isso de uma luta. A luta deixa feridos", disse Lacalle, que agora deve encontrar novos aliados dentro da coalizão Frente Ampla. "Estamos procurando o diálogo nós somos os únicos com capacidade de formar maioria parlamentar e social".

Em referência à decisão dos Colorados de se aliar ao Partido Nacional, Mujica reconheceu que "não há muita oferta no meio" para a Frente Ampla no sentido de formação de alianças.

O minoritário Partido Independente já comunicou que dará liberdade de voto para seus militantes, enquanto a minúscula Assembleia Popular, radical de esquerda e dissidente da Frente Ampla, mantém fortes divergências com a coalizão matriz.

No entanto, Mujica se mostrou otimista e disse que estava convencido de que há eleitores do Partido Nacional "que não votarão em Lacalle no segundo turno".

Para o candidato governista, Lacalle acredita que é uma pessoa "escolhida pela Providência".

"É como se estivesse competindo com um candidato de Deus. Não é fácil", afirmou o ex-tupamaro.

Lacalle já reivindicou a realização de um debate com Mujica, mas o candidato da Frente Ampla prefere um embate com a participação de seu aspirante à Vice-Presidência, o ex-ministro da Economia Danilo Astori, menos eloquente, mas também menos propenso a eventuais tropeços demagógicos.
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