A ministra de Relações Exteriores da Suíça, Micheline Calmy-Rey, negou neste domingo que o país tenha recebido ameaças de atentados terroristas desde o referendo que proibiu a construção de novos minaretes --as torres das mesquitas usadas para convocar os muçulmanos para as preces.
Calmy-Rey afirmou ainda que trabalha para "acalmar" a situação com os países muçulmanos.
"Não tenho indicações a respeito de uma ameaça terrorista", afirmou a ministra, em entrevista ao jornal dominical "SonntagsZeitung". "Estamos fazemos todo o possível para evitar que a situação se agrave".
"Infelizmente, na Suíça há atores que provocam, pedindo a proibição das burcas e dos cemitérios muçulmanos", lamentou, referindo-se ao partido populista UDC (União Democrática do Centro), de onde partiu a iniciativa do referendo.
Um dos dirigentes da UDC, Christoph Blocher, quer agora conseguir a proibição do uso da burca, veste muçulmana que cobre todo o corpo e o rosto das mulheres, usado em países como o Afeganistão.
No dia 29 de novembro, 57,5% dos suíços votaram pela proibição dos minaretes, provocando reação da comunidade internacional. O Comitê de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) chegou a dizer que a proibição equivaleria a um descumprimento pela Suíça da Convenção Internacional sobre Direitos Civis e Políticos.