Pesquisadores da Embrapa Soja, em Londrina/PR, receberam relatos de lavouras de soja do norte e oeste do Paraná, norte de São Paulo e sul de Mato Grosso do Sul sobre florescimento precoce associado ao tamanho das plantas. Mobilizados, os pesquisadores divulgaram nota técnica sobre o fenômeno na página do Sistema de Alerta (www.cnpso.embrapa.br/alerta).

De acordo com a avaliação, o problema está relacionado ao aumento de cerca de 3ºC nas temperaturas mínimas das regiões atingidas. Em Ivaiporã, região centro-norte do Paraná, no mês de novembro foram registrados 18 dias com a temperatura mínima igual ou superior a 19ºC. Por outro lado, em 12 dias, a temperatura máxima superou a marca dos 30ºC. Em Dourados/MS, a temperatura máxima superou os 33ºC, em 23 dias, e a mínima foi maior que 22ºC, em 26 dias. Os patamares levantados ficaram 10% acima das máximas e mínimas da região.

Segundo o pesquisador da Embrapa Soja, Milton Kaster, em algumas propriedades o que agravou o problema de baixa estatura da soja foi a contenção do crescimento da haste principal das plantas, adotada por alguns agricultores na aplicação de herbicidas em pós-emergência.

A nota técnica constata que grande número de cultivares foi afetado pela anomalia climática, embora com algumas diferenças de sensibilidade genética ao estresse de temperaturas altas. Em dezembro, segundo o pesquisador, a preocupação era que a produtividade das plantas fosse menor que nos anos anteriores. “Mesmo considerando a continuidade do fenômeno “El Niño”, espera-se que as lavouras consigam se recuperar e não afetar o lucro esperado pelos produtores”, explica.