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Sábado, 27 de abril de 2024

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Cuba abre espaço aéreo aos EUA para transferência de vítimas do Haiti

O governo cubano decidiu hoje abrir seu espaço aéreo a aviões dos Estados Unidos para que sejam tiradas da base militar de Guantánamo as vítimas do terremoto que atingiu o Haiti na terça-feira.


O anúncio foi feito em Washington pela Casa Branca. Nos primeiros trabalhos de resgate que se seguiram à tragédia, que pode ter causado até 50 mil mortes, segundo a Cruz Vermelha, as equipes de resgate norte-americanas transferiram alguns feridos para sua base de Guantánamo, que fica no leste de Cuba, perto do Haiti.

De lá, algumas devem ser levadas para a Flórida. O uso do espaço aéreo cubano tornará as viagens para Miami mais rápidas.

O porta-voz da Casa Branca, Tommy Vietor, explicou que a medida encurtará o tempo de voo em 90 minutos. Ele ainda não soube precisar, no entanto, quantas viagens poderão ser feitas com base neste acordo.

Já existem tratados em vigência que autorizam o uso do espaço aéreo de Cuba em casos de emergências médicas, mas agora as duas partes concordaram sobre a necessidade de ampliá-los.

Cuba é submetida a um embargo econômico imposto pelos Estados Unidos desde a década de 1960.

Fidel

Em um artigo publicado ontem, o ex-presidente cubano Fidel Castro se referiu ao terremoto que atingiu o Haiti nesta semana e atribuiu em parte suas graves consequências às precárias condições em que vive o país centro-americano há décadas, com seguidos golpes de Estado militares e altíssimos níveis de pobreza.

Ex-colônia francesa, o Haiti conseguiu sua independência em 1804, tornando-se a primeira república negra das Américas. Mais recentemente, após anos de instabilidade política, em 2004 o país passou a estar sob a intervenção da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah), encabeçada pelo Brasil.

"O Haiti é um produto bruto do colonialismo e do imperialismo, de mais de um século de emprego de seus recursos humanos nos trabalhos mais duros, das intervenções militares e da extração de suas riquezas", disse. "Situações como a deste país não deveriam existir em nenhum lugar da Terra", complementou Fidel.

Para ele, "não se pode culpar" as potências pelo fenômeno natural que atingiu o Haiti. No entanto, o ex-presidente ressaltou que Cuba "não concorda" com as políticas implementadas no país, que é o mais pobre do Hemisfério Ocidental, com 80% de seus quase 10 milhões de habitantes vivendo abaixo da linha de pobreza.

No artigo, Fidel Castro ainda destacou o trabalho dos mais de 400 médicos cubanos que já vinham atuando no Haiti e que agora participam dos resgates das vítimas. Além disso, indicou que centenas de jovens haitianos estudaram medicina em escolas cubanas e também poderão colaborar.

"Sentimos orgulho da cooperação que, nestes momentos trágicos, os médicos cubanos e os jovens médicos haitianos formados em Cuba estão prestando a seus irmãos do Haiti", disse.
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