A conferência em Montreal sobre o Haiti "estabelecerá uma visão clara e comum na comunidade internacional" para a recuperação e reconstrução a longo prazo do Haiti, disse hoje, durante uma entrevista coletiva, o ministro de Assuntos Exteriores do Canadá, Lawrence Cannon.
O Governo canadense disse que, em Montreal, estará o primeiro-ministro haitiano, Jean-Max Bellerive, junto com ministros do Grupo de Amigos do Haiti (Brasil, Argentina, Canadá, Chile, Costa Rica, França, México, Peru, Estados Unidos e Uruguai) e representantes do Japão, Espanha, República Dominicana e União Europeia.
As organizações internacionais que também irão a Montreal são a ONU, Banco Mundial, Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Caribenho de Desenvolvimento, Organização dos Estados Americanos (OEA), Caricom e Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Cannon também disse que, embora uma das propostas a serem consideradas seja a eliminação da dívida do Haiti, como pediram ONGs, é "prematuro" dizer se essa será uma das conclusões da conferência.
"Queremos fazer isso (a reconstrução do Haiti) bem", afirmou Cannon, acrescentando que a reunião em Montreal não é uma conferência de doadores, e que esta será realizada nos próximos meses.
O terremoto de 7 graus na escala Richter que atingiu o Haiti ocorreu às 19h53 de Brasília do dia 12 de janeiro e teve epicentro a 15 quilômetros da capital, Porto Príncipe.
Segundo um balanço do Ministério do Interior haitiano informado no sábado, já foram recuperados 111.499 cadáveres após a tragédia.
Pelo menos 21 brasileiros morreram na tragédia, sendo 18 militares e três civis, entre eles a médica Zilda Arns, fundadora e coordenadora da Pastoral da Criança, e Luiz Carlos da Costa, o segundo civil mais importante na hierarquia da ONU no Haiti.