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Sábado, 27 de abril de 2024

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Colunista do OD

Auro Ida deixou artigos inéditos antes de ser executado; leia aqui

Auro Ida deixou artigos inéditos antes de ser executado; leia aqui
O jornalista Auro Ida, brutalmente assassinado na noite do último dia 21, deixou dois artigos inéditos para serem publicados na coluna que assinava no Olhar Direto. Os textos foram escritos em sua última semana de vida. O artigo a seguir, foi enviado ao Olhar na segunda-feira (18), três dias antes do crime. O último texto assinado por Auro em vida, escrito no fatídico dia de sua morte, vai ao ar neste domingo.


O interesse do Centro Sul

É louvável a imprensa fazer um trabalho de combate a corrupção. Agora, servir de interesses aos grandes grupos, não. Não sou advogado de defesa nem do Luiz Pagot e nem do senador Blairo Maggi. Os dois vêem sofrendo, nos últimos dias, ataques violentos por parte da mídia nacional. Estão levantando coisa do arco da velha e buscam jogar seus nomes na lama. A razão é simples: os grandes interesses econômicos por detrás do Ministério dos Transportes.

O medo é de Maggi vir assumir a pasta (já houve convite oficial). Nem é do Pagot continuar no Dnit, o que acho agora impossível de acontecer. Por isso, buscam, de toda forma, destruir Blairo Maggi. Quero aqui comentar algumas matérias divulgadas pela imprensa chamada nacional. A Veja, por exemplo, diz que Pagot não conseguiu dar nenhuma explicação. E a revista, fez acusações genéricas, sem apresentar sequer uma prova.

Então é assim: eu acuso e o ônus da prova da inocência fica para o acusado. A Folha de S. Paulo traz hoje matéria dizendo que Pagot teria reivindicado uma casa para o seu tio em Lucas do Rio Verde. No processo, tem um empreiteiro que diz que o fato teria acontecido e, como não fazia parte do processo, ele nem sequer foi investigado.

Ora, então, publicar matéria dizendo que empresário acusa Pagot de pedir casa para tio é, no mínimo, irresponsabilidade. Já o Correio Brasiliense de ontem traz matéria sobre o passado do pai de Maggi. Faz acusações baseado num inquérito da Polícia Federal. Se, fato que teria acontecido no passado, deveria de sido julgado e condenado na época, se fosse culpado. Por sinal, a PF investiga muita gente e que, por falta de provas, acaba dando em nada.

Ademais, jamais ouvi dizer, nos meus 20 e poucos anos de jornalismo em Mato Grosso, que o senhor André Maggi, já falecido, tivesse envolvimento com tráfico de drogas. Já ouvi falar de muita gente boa, mas nunca dele. Nas esquinas da vida, é comum a gente ouvir muita coisa, às vezes, motivadas pela inveja ou até mesmo pelo prazer da fofoca. Assim, é o ser humano: gosta de falar da vida alheia.

O que vejo é um trabalho ensandecido para tentar destruir Blairo Maggi, deixando de lado qualquer coerência. E, na condição de paladino da moralidade, a grande imprensa brasileira assume papel de inquisidor. E, nessa condição, usualmente, acaba cometendo injustiças, condenando a execração pública autoridades e pessoas que, depois, são inocentadas. Os ex-deputados Ibsen Pinheiro (RS) e Alceni Guerra (PR) foram linchados moralmente e, ao final do processo, foram considerados inocentes. O fato mereceu apenas uma nota no rodapé da página dos grandes jornais. Nada mais.

Com bons advogados, a grande imprensa, devido à morosidade da Justiça brasileira, consegue procrastinar durante anos e anos os processos que acabam caindo no esquecimento ou ficam engavetados eternamente. Por isso, diante da impunidade, fazem acusações baseadas em apenas off e assumem, perante a opinião pública, papel de bom mocinho.

É verdade que a corrupção é um câncer na vida pública brasileira. Mas só vamos extirpá-la se, primeiro, acabarmos com ela no Judiciário e no Ministério Público. A imprensa precisa deixar da sua relação incestuosa com o MP e acordar que a sua própria impunidade é fator para que as coisas não andem correto no país, porque extrapolar o seu papel de informar é se transformar num poder paralelo. Se tivermos um Judiciário forte, os corruptos do Legislativo e Executivo nós (povo) tiramos no voto, quando a Justiça não punir.

Jogando junto

Os senadores Pedro Taques (PDT) e Jaime Campos (DEM) parecem amiguinhos de longa data. Na 47 Expoagro, Taques brincou que Jaime chegou atrasado ao evento, porque estava tirando leite e que ele havia chegado cedo, porque havia colocado as vacas no curral. Já Jaime disse que chegou atrasado, porque Taques esqueceu a porteira aberta e teve que recolher as vacas de novo.

Ou seja: a amabilidade entre os dois é, no mínimo, estranha. Porém, compreensível. Eles estão, no fundo, no fundo, vibrando com os ataques ao senador Blairo Maggi (PR), especialmente da mídia nacional, reproduzidas, em grande parte, pela imprensa regional. Assim, eles teriam, em tese, um adversário a menos na corrida pelo Palácio Paiaguás em 2014.

Então fica assim: enquanto Maggi enfrenta inúmeras acusações, Taques e Jaime ficam tricotando. Perguntar não ofende: até quando? Enquanto isso, Mato Grosso continua perdendo espaço.

Auro Ida
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