O Olhar Direto publica neste domingo o último artigo inédito do jornalista Auro Ida, encerrando precocemente a fortuita parceria iniciada em 23 de junho de 2010 entre o portal e um dos jornalistas mais experientes na cobertura dos bastidores políticos de Mato Grosso.

Em seu último texto, ecrito horas antes de o crime ocorrer, Auro faz uma defesa pela escolha do VLT como modal de transporte para a Copa do Mundo em Cuiabá e cobra firmeza do governador Silval Barbosa (PMDB) no diálogo com a presidente Dilma Rousseff para garantir o transporte na capital.

Leia a seguir.

VLT é a melhor opção

Antes de definir o modal de transportes, defendi a importância de se pavimentar toda Cuiabá. Mas, agora, diante da exigência do governo federal, através do Ministério dos Esportes, de se definir pelo BRT em detrimento do VLT, não tenho nenhuma dúvida em escolher o último.

Concordo com o presidente da Assembléia Legislativa, deputado José Riva (PP), quando diz que o VLT é para a Cuiabá de hoje e de amanhã. É importante estruturar a cidade pensando também no futuro, aliás deveria ser dever de todo o político, principalmente os administradores. Além de ser mais bonito do ponto de vista estético (tem um "que" de futurista), o VLT poderá atender a demanda por dezenas de anos, enquanto a vida útil do BRT se expira em poucos anos.

Talvez, do ponto de vista econômico, o BRT possa ter suas vantagens, embora as desapropriações, para a sua implantação, seja ainda um enigma. Dizem que pode ultrapassar a casa dos R$ 500 milhões. Se for verdadeiro, nem nesse quesito seria melhor que o VLT. Um estudo encomendado por Riva indica que o VLT pode ser implantado por R$ 700 milhões.

Ou seja: quase o custo das desapropriações do BRT. Segundo o presidente da Agecopa, Éder Moraes, o custo de R$ 1,1 bilhão é o teto que poderia chegar a implantação do sistema se houvesse, por exemplo, a necessidade maior de desapropriações e alguns imprevistos. "É bem provável que a implantação do VLT irá ficar abaixo desse valor", enfatizou.

É importante, portanto, o governador Silval Barbosa definir, junto a presidente Dilma Rousself, a opção de Cuiabá pelo VLT e não aceitar as imposições do governo federal como tenta o Ministério dos Esportes. O tempo é escasso para reverter a situação. Se podemos ter uma "BMW", porque andar de "Fusca"?