Cansados de esperar uma resposta da Prefeitura de Cuiabá, os moradores despejados hoje de manhã do Bairro Bela Marina resolveram radicalizar e ocuparam de vez o Ginásio Dom Aquino. O impasse em frente ao centro de esportes durava desde o início da tarde de hoje, quando as famílias foram barradas no local pela Secretaria de Esporte e Cidadania. A ocupação foi feita por volta das 18h.

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Após a execução da liminar de reintegração de posse na manhã de hoje, moradores despejados e o defensor público Air Praeiro reuniram-se com o secretário-chefe da Casa Civil, José Lacerda, para encontrar uma saída. Ficou decidido que o Estado forneceria alimentos e providenciaria um local para abrigo. O ginásio do Dom Aquino foi o destino escolhido.



O impasse se deu quando os moradores começaram a chegar ao ginásio. O secretário de Esportes João Bosco mandou avisar que ninguém tinha autorização para ficar no local. A Defensoria Pública por outro lado, argumentava que o ex-secretário de governo da Prefeitura e atual secretário de Educação, Sílvio Fidelis, havia dado a garantia de que os moradores podiam ficar no local.

Impasse e revolta

Os despejados do Bela Marina foram barrados no Dom Aquino por volta das 13h. A informação que circulava no local é que em breve o secretário de Esportes chegaria para negociar a qualquer momento. Quando o relógio passou das 16h, os invasores impacientaram-se e bloquearam a Avenida Carmindo de Campos, em frente ao Ginásio, com paus, uma mesa, um sofá e eletrodomésticos. O clima ficou tenso e alguns motoristas e motociclistas chegaram a passar por cima da barreira.



Com a chegada dos amarelinhos, o problema do transito foi amenizado. E nem o bloqueio à avenida chamou a atenção das autoridades para o problema. Após quase duas horas do trancamento da via, os moradores resolveram radicalizar e começaram a descarregar os móveis do caminhão e ocuparam de vez o ginásio.

Defensoria Pública x Prefeitura x Estado

Valmir Molina, diretor da secretaria municipal de serviços urbanos, acompanhou de perto a ação e acusou o defensor público Air Praeiro de insuflar os moradores contra a Prefeitura de Cuiabá. “O que me causa espécie é o discurso do defensor público, que está incitando a população a ficar contra a Prefeitura de Cuiabá”, criticou.



O defensor público Munir Arfox se irritou com a declaração de Molina e afirmou que a Defensoria tentou o tempo todo conter os ânimos dos moradores mais exaltados evitando desde a manhã de hoje que houvesse um conflito.

Molina defendeu também que os despejados fossem ocupar o Ginásio Aecim Tocantins. “Eles não têm condições de ficar aqui. Não dá. Por que o Estado não manda eles para o Aecim Tocantins, que é do Governo e tem melhores condições que aqui?”, questionou.




Atualização: 20h12 Liminar “estadia” no Ginásio

A juíza plantonista Amini Haddad acabou de acatar um pedido de liminar impetrado pela Defensoria Pública e determinou que as famílias fiquem no ginásio por 15 dias. O argumento da Prefeitura para que as famílias não ficassem no local era de que o ginásio está prestes a receber uma reforma para os jogos estudantis que acontecerão em novembro.

Em entrevista por telefone ao Olhar Direto, o procurador-geral do município, Fernando Biral, afirmou que a Prefeitura de Cuiabá irá tentar dialogar junto ao Governo do Estado para arrumar uma saída que não prejudique os moradores.